Segunda-feira, Maio 13, 2024
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Molokabra – Balanço geral do evento

Há alguns anos atrás eu fazia os percursos das provas do Molokabra sem nenhuma pretensão do que hoje se tornaria uma coqueluche para a galera dos esportes a remo. Quando digo sem pretensão não é pela falta de potencial que já tinha enxergado há muito tempo de nossa raia, e sim porque na época eu relatava estas condições para outros atletas e eles custavam a acreditar que no Brasil houvesse uma condição tão parecida com a do Hawaii.

Nesta segunda edição do Molokabra fiquei impressionado com a quantidade de atletas que aderiram o evento em tempos tão difíceis e também como todos se comprometeram e se entregaram para o evento.

É certo que no Ceará, mesmo Fortaleza se transformando em uma mega cidade a vida corre mais lenta, as coisas são mais leves, cada esquina que você vira se depara com um cartão postal, e quando morava no Ceará a gente costumava dizer que morávamos em um local onde as pessoas tiravam férias, e esta sensação dá um ar mais especial ainda para o evento.

Alex Araújo precursor do downwind no Ceará / Crédito foto: @marciopj

Nestes dez dias que passei em Fortaleza pré Molokabra, pude ver vários atletas treinando e fazendo as funções de deixar carro para resgate e voltar para executar o percurso, depois era uma festa de carros cheio de embarcações desfilando na Avenida Leste Oeste ( Percurso que liga Fortaleza ao Litoral Oeste ) era bonito de ver tanta gente na água e isso me fez lembrar dos anos que fiz toda esta função sozinho sem nenhum parceiro de remada, e me encheu o peito de orgulho por ter de alguma forma colaborado para que toda esta situação acontecesse.

Voltando ao Molokabra, a proposta do evento este ano era ser o maior evento de downwind do Brasil, e com certeza cumpriu este objetivo, mais que isso este evento se tornou o maior encontro da tribo dos Watersports do Brasil, a organização foi impecável durantes estes três dias e também os meses antes de rolar a prova, por grupo de Whatsapp, todas as dúvidas foram tiradas, varias reuniões virtuais aconteceram e em tempos de pandemia o evento seguiu a risca todos as normas e ainda disponibilizou para todos os atletas o teste de Covid-19.

Em relação a parte técnica do evento, as provas foram todas bem elaboradas, as largadas aconteceram nos horários divulgados, e tirando a primeira prova que na minha opinião poderia ter sido um pouco mais tarde, todas as outras foram na hora certa da entrada do vento em sua velocidade e direção.

Muitos atletas que vieram falar comigo pedindo dicas de localização e melhor forma de executar o percurso, todos estavam maravilhados com a condição e também bem impressionados com toda atenção da organização.

Na raia os melhores atletas do Brasil em suas categorias deram um show de performance, para os experientes acumularam mais milhas nas costas e para os que foram de primeira viagem uma experiencia única,  este era o sentimento que pairava no ar durante a resenha na Pousada Katavento, destino final da última prova dos 32 km de puro downwind.

Na categoria PCDs o atleta Elione Sousa deixou muito marmanjo para trás e estreou muito bem na categoria V1, o também estreante Maikim Silva deu um verdadeiro exemplo de superação e com muita garra completou as três provas provando que não existe limites quando se tem determinação, o experiente Miguel Nobre também fez novamente as três provas e foi um show a parte de alegria e vibe positiva, no surfski o campeão sul-americano Califa Cury foi muito bem e chegou junto na categoria.

Atleta revelação desta edição do Molokabra o big rider de Santa Catarina Nando Grilo chegou ao Molokabra com toda humildade e saiu do evento como um monstro, o atleta mostrou muito conhecimento e sintonia com o mar e levou duas das três provas, e ainda de quebra levou o vice-campeonato do evento, perdendo o título por uma diferença de apenas 1 minuto do primeiro colocado Rogério Melo.

Ainda no Paddlebaord fiquei muito contente em ver o precursor do esporte no Brasil . O baiano Mauricio Abubakir deu uma credibilidade maior ainda à categoria, pois além da experiência havaiana adquirida por anos, o mestre dos shapers sempre manteve acesa a chama da modalidade e junto com Genauto França foram um show à parte no evento.

A categoria Paddleboard mostrou sua força no Molokabra e com vários atletas da nova geração a modalidade tem tudo para emplacar de vez no Brasil.

Fiz questão de fazer três perguntas exatamente iguais há alguns atletas e com certeza deve expressar o sentimento da maioria em relação ao evento.

NANDO GRILO – ATLETA PADDLEBOARD

Nando Grilo chegando junto no Molokabra

O que achou do evento?

Não existe outra forma de dizer, há não ser que foi simplesmente um evento sensacional, surreal para mim! O Ceará é realmente um lugar lindo e incrível!

Qual sua impressão sobre a organização e os cuidados com os atletas?

Organização do evento realmente muito boa. Todo o cuidado e carinho em confeccionar as camisetas com os nomes dos atletas, muito legal quando vi a camiseta com meu nome, isso dá um charme especial. Os bonés são literalmente colecionáveis. O nome Molokabra está ficando cada vez mais forte. Todo material fornecido antes do evento como as lives, as dicas das raias, segurança, foram fundamentais para uma boa navegação durante a prova. Tem como melhorar alguns aspectos, mas os organizadores estão de parabéns por todo esforço e empenho em realizar um evento com tantas modalidades.

Qual das provas você gostou mais e qual teve a melhor condição?

A prova mais irada foi o dia da raia de 18 km. Foi absurdamente puro surf! Fiz média de mais de 10km/h e em todo trajeto finalizou em 9,6km/h na média geral. Downwind de qualidade nota 10 neste dia, linkando uma ondulação atrás da outra.

O dia dos 32 km não estava muito encaixado o downwind, porém fiz a média de 9,4km/h mesmo sem estar do jeito certo. Imagina se tivesse encaixado!

CARMEN LÚCIA – ATLETA SURFSKI

O que achou do evento?

Sem palavras!

A melhor prova de minha vida em todos os quesitos! Daqui pra frente, se eu tiver apenas uma prova para escolher fazer para ano, será essa!

Desde já estou confabulando com as meninas do Surfski feminino, para ano que vem conseguirmos lotar o podium em todas as categorias de idade, a exemplo dos meninos!

Qual sua impressão sobre a organização e os cuidados com os atletas?

Fiquei impressionada com a organização impecável! A preocupação em monitoramento dos atletas antes mesmo das provas, durante os treinos foi encantador! Mais encantador foi o sentimento de segurança que tivemos, mesmo naquela imensidão de mar cheio de ondulações! Ter certeza que se alguma coisa desse errado, estaríamos sendo resgatados por aquela equipe de segurança proporcional ao número de atletas nos deu total condições de só pensar em dar o seu melhor sem stress, só no divertimento.

A certeza de tudo daria certo foi mérito dessa organização, em nenhum dos mundiais que participei me senti assim.

Qual das provas você gostou mais e qual teve a melhor condição?

Sem dúvida alguma, a de Cumbuco! Até por que ela foi para coroar em desempenho, os dias de treinamento e as duas provas anteriores, onde tivemos a oportunidade de experimentar das condições predominantes naqueles trechos e montar nossa estratégia de prova para o Gran finale! Foi perfeita essa progressão das 3 provas!


DAVE MACKNIGHT – ATLETA DE CANOA HAVAIANA

Dave Macknight

O que achou do evento?

O evento em geral é muito bom! Aproveitando bem o potencial do local. Porém na minha opinião, devido ao crescimento do evento, os esportes tem que ser separados. Muitas categorias.

Destaco esse ano a cronometragem que foi algo nunca visto antes em nenhuma prova, tudo por chip, com resultados imediatos.

Qual sua impressão sobre a organização e os cuidados com os atletas?

A organização tem uma enorme preocupação com os atletas, porém mesmo assim, algumas coisas básicas como seguir um cronograma de horário e água não foram tão seguidos

A semana lá começou ruim de vento e nos dias de prova melhorou bastante. No sábado tinham altas marolas.

Qual das provas você gostou mais e qual teve a melhor condição?

Se pudesse, não faria nenhuma prova pequena, faria todas de 30km indo até o Cumbuco.

FÁBIO VALONGO – ATLETA CANOA HAVAIANA V1

O que achou do evento?

Sensacional! Um evento desse porte de downwind no Brasil era o que estava faltando no calendário do VA’A. E não poderia ser em lugar melhor. O Ceará tem a melhor raia para o downwind, fiquei muito impressionado mesmo. Aquela perfeita combinação de boas ondulações com ventos bem fortes e ainda alinhados na direção certa.


Qual sua impressão sobre a organização e os cuidados com os atletas?

A organização foi perfeita. Nos deram todo suporte do início ao fim. Fizeram o melhor controle de tempos que já vi em provas. Utilizaram um sistema de chip que o atleta saía da água e já sabia sua colocação e tempo, excelente!

Tiveram todo cuidado com o rastreamento e acompanhamento dos atletas durante a competição.

Isso nos dá muita tranquilidade dentro d’água! E ainda um kit do atleta de excelente qualidade.

Qual das provas você gostou mais e qual teve a melhor condição?

Gosto mais de provas longas, inclusive fiz três vezes a raia de 30km antes da prova, mas a que teve melhor condição de downwind pra mim, foi a prova dos 18km.

Botar de V1 nessas condições não é nada fácil e por isso a importância de fazer uns treinos antes para ambientação. Daí consegui ficar mais à vontade e curti muito, foi muito Surf de V1 alinhado. 2021 estarei de volta, se Deus permitir!

Agradeço sempre aos meus apoiadores:

Crossfit Troia

Puro Suco – Itacoatiara

EmporioVerde

Itaipu Surf Hoe

SGA TOYOTA

Guarderia Surf Hoe

LUIZ WAGNER PECORARO – ATLETA SURFSKI

O que achou do evento?

Evento mais animado do Brasil, 3 em 1, uma semana em Fortaleza e 3 competições, fantástico. E temos a cereja do bolo da meca dos ventos, condições super favoráveis fizeram um downwind de gala no mar azul esverdeado desse mar.

Qual sua impressão sobre a organização e os cuidados com os atletas?

Organização cada vez melhor do Molokabra, segurança na localização via app, barcos de apoio da Marinha e cronometragem profissional via chip, com direito a recibo na chegada com os dados de prova. Molokabra tem mostrado essa preparação, zelo de dedicação desde da primeira etapa.

Qual das provas você gostou mais e qual teve a melhor condição?

As três estavam boas mas o terceiro dia 03/10 o vento soprou mais forte com pico de temporada, vento de 36km/h e rajadas de 56km/h e ondulação com 1.5m alinhados garantiram o melhor mar da minha vida até hoje nesses 15anos de remada.

Mahalo a todos da organização do evento e todos estamos contando os dias para o Molokabra 2021.

Sigam o Molokabra no Instagram:

https://www.instagram.com/p/CF3uoD9HScE/?utm_source=ig_web_copy_link



Alex Araujo
Alex Araujo
Alex Araújo é um dos pioneiros em criação de conteúdos esportivos na internet. Atua neste mercado desde 1996 como editor de renomados sites como CAMERASURF, SURF-REPORTER e nas revistas PARAFINA MAG e SUP MAG, e já colaborou com artigos nas Revistas Fluir, Inside,Hardcore e no Jornal Drop.
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