Sexta-feira, Maio 17, 2024
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Dor biomecânica

Dor biomecânica – Muitos anos atrás, estava acompanhando um atendimento na pista de atletismo de uma atleta, realizado por uma amiga fisioterapeuta. Apareceu o técnico dela, nível seleção brasileira e perguntou o que houve. A atleta respondeu que fazia um tempo que sentia dor e pediu para a fisioterapeuta avaliar. E ele falou para ela:

– Menina, dor é teu melhor amigo. Se tem dor, tem um problema e se tem um problema, tem que tratar.

O meu tio, mora nos EUA há muitos anos. Uma das poucas vezes que veio para o Brasil, pediu para fazer Shiatsu nele. Terminando, disse que eu deveria ir para lá, ia ficar rico só no prédio em que ele trabalha, gostou muito. Disse que o povo americano, paga para não ficar doente, tem que trabalhar e produzir, eles estão certos. Já os brasileiros, pagam para se tratar e não importa quanto.

A primeira coisa que fazemos, quando temos dor, é fazer exames radiológicos. Isso é normal, de praxe. O fato é quando o exame não condiz com o problema ou não justifica o motivo da dor. Isso acontece muito, mais do que imaginam.

Estamos acostumado com o diagnóstico nosológico, que é baseado em exames conforme a sintomatologia e te falam um nome, geralmente terminando em algia. A Fisioterapia, trabalha com o diagnóstico funcional, que é baseado na também no exame radiológico, mais a sintomatologia, a apalpação, a avaliação postural, a marcha, os vícios posturais, o cotidiano, os movimentos repetidos, a atividade laboral, o uso do sapato, da ergonomia do posto de trabalho e mais alguns. Com todos esses sinais, sintomas e informações, realizamos o diagnóstico funcional, que vai mostrar o motivo e a origem da dor e/ou da lesão.

Dor biomecânica
Atletas de altíssimo rendimento como nosso medalhista Isaquias Queiroz fazem todo tipo de avaliação biomecânica, tanto para avaliar a dor como para aumentar o rendimento

Na minha prática clínica, é bem mais complicada, estou mais voltado ao atendimento emergencial da dor, usando os recursos orientais: acupuntura, shiatsu, ventosa com sangria, moxabustão e ajuste vertebral. Muitas vezes, os pacientes não têm exames radiológicos, não teve tempo para fazer ou esqueceu em casa ou é muito antigo. Tenho que avaliar os possíveis locais, as prováveis alterações e lesões e resolver a dor do paciente, para pelo menos poder ir para casa e dormir. Essa é uma opção minha te atuação e trabalho.

Independente se for emergência ou não, muitos pacientes vêm para a Fisioterapia, depois de uma longa jornada de exames radiológicos e com sacolas de medicamentos Alguns desses remédios, ajudaram encontrar a vila perdida dos Smurfs (não podia perder a piada).

O diagnóstico funcional é ensinado na Faculdade de Fisioterapia e muito explanado nos cursos de especialização. Cada recurso ou técnica terapêutica, tem um jeito e uma forma de avaliar e também, mostram visões diferentes dos problemas. Isso é muito legal. Nos congressos, cursos, nos grupos de Whatsapp e conversas de cotidiano, vamos trocando figurinha e construindo o raciocínio clínico funcional do paciente.

Tirei o paciente da crise da dor, que é muito alta e interfere no cotidiano e qualidade de vida, começa outra etapa do tratamento. Sabendo que tem disfunções funcionais encaminho para a confecção de palmilha, para avaliação postural, para a avaliação cinético funcional (avalia a postura, encurtamentos e força muscular e limitação articulares), pilates (com foco em alongamento) e dependo do caso e do problema para a osteopatia ou quiropraxia, são ajustes que não consigo fazer.

Para finalizar, gosto muito de falar para os meus pacientes e alunos: diagnóstico errado, tratamento errado.

Boas remadas galera!!!,

Por: Fabiano Bartmann

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