Esta semana falaremos de uma das coisas mais perigosas para quem está navegando: O Nevoeiro.
O que é um nevoeiro?
Tecnicamente o nevoeiro é a umidade que se condensa próximo do solo. São gotículas de água extremamente pequenas e que ficam em suspensão perto da superfície. A umidade relativa do ar precisa estar acima de 90% para que ocorra a formação do nevoeiro. Vento fraco ou calmaria (falta de vento) e baixa temperatura são outras condições importantes para a formação do fenômeno.
O nevoeiro é uma nuvem, mas com a base próxima do solo. É um fenômeno que exige alta umidade no ar sempre acima de 90% e que reduz a visibilidade horizontal para menos de 1.000 metros.
Quando se forma um nevoeiro marítimo?
Quando o ar polar (frio) se espalha sobre uma porção de água que está com temperatura maior. É o contraste de temperatura que provoca a condensação da umidade e então o nevoeiro se forma.
Quais são os principais perigos envolvidos?
O principal entre todos, antes mesmo até da desorientação, refere-se ao risco de colisão com outras embarcações. Uma embarcação grande não conseguira ver uma embarcação a remo, ou mesmo outra embarcação maior!
O segundo risco refere-se à desorientação. Sem um ponto de referência, não há como saber para onde se está indo ou de onde se está vindo. Nem mesmo com uma bussola.
O terceiro, que complementa o anterior refere-se aonde vou desembarcar, aonde está a costa (as vezes queremos chegar em uma praia e acabamos por encontrar um paredão de pedras…).
O que fazer se for pego em uma situação de nevoeiro (ou baixa visibilidade)?
Existem algumas premissas que um bom navegador precisa conhecer para conseguir se safar.
Quando saímos para o mar, devemos saber para onde a ondulação, corrente, vento e mare estão direcionados, e então traçar a resultante do deslocamento. Ora, se conheço e observo a minha navegação, vou voltar oposto à minha resultante. Complicado? Sim, como todo problema bom de navegação seria.
Outro ponto fundamental: O nevoeiro começa da superfície para o alto.
Portanto, assim que perceber o começo do nevoeiro, comece a olhar para os pontos de referência mais alto possível. E se desloque também o mais rápido possível para longe de canais navegáveis por grandes embarcações e siga para a costa (Navios grandes não navegam em águas rasas).
O GPS também deve ser usado neste momento. Um GPS que plote sua posição e demonstre onde se esta vai te levar para casa. Um telefone com acesso à internet também. Abra por exemplo um google maps, um waze (aplicativos mais populares) e siga em direção a costa! Aqui vale aquele alerta de sempre: Saia sempre com um celular carregado e use-o apenas em caso de emergência.
Por fim: A RIPEAM (Regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar) criou códigos sonoros e luminosos para navegação em baixa visibilidade. Um farol de marcação trata-se de uma sinalização luminosa; as boias de marcação de entrada de canal idem; já as embarcações, utilizam-se de sinais sonoros.
Quem navega perto de porto, como Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá e etc. já deve ter ouvido inúmeras vezes os silvos (ou apitos) dos navios. Mas e aí, o que significam? Abaixo um pequeno resumo que vale a pena os navegadores a remos conhecerem.
1 apito curto – Estou guinando para boreste (para a direita)
2 apitos curtos – Estou guinando para bombordo (para a esquerda)
3 apitos curtos – Estou dando máquinas atrás (indo para trás, para ré);
2 apitos longos e 1 apito curto – Tenciono ultrapassá-lo por boreste;
2 apitos longos e 2 apitos curtos – Tenciono ultrapassá-lo por bombordo;
1 apito longo, 1 curto, 1 longo e 1 curto – Concordo com sua ultrapassagem;
5 apitos curtos ou mais – Não consigo entender a sua manobra;
1 apito longo de 2 em 2 minutos – Embarcação a motor em movimento (Essa e a mais comum para nós que vamos para o mar diariamente).
Vá para o mar, mas vá em segurança.
MAIS IMPORTANTE QUE O IR E SEMPRE O VIR.
Aloha,
Douglas Moura
Capitão Amador