Esta semana conversamos com Paulos Vasco remador de elite do SUP cearense e campeão do Molokabra 2020 na categoria master, confira:
Conte um pouco da sua história e como começou no SUP?
Sou amazonense, criado no Ceará onde construí minha família, minha formação profissional e conheci o surfe meu primeiro esporte náutico em 1994, depois veio à natação em águas abertas em 2003 (Campeão nos 1500m em 2017), o Duatlo Aquático em 2007 (onde fui Vice-Campeão Cearense em 2007), a canoa havaiana em 2015 (3º Cearense 2018 e 2019) e o SUP em 2012. Conheci o SUP através de um Professor de educação física o Profº Walter Cortez que me apresentou a modalidade race e proporcionou minha primeira prancha uma funrace 9pés.
Meu interesse pelo SUP veio para suprir a temporada baixa de onda em nosso Estado e complementar meus treinos no mar, pois só nadar era pouco. Eu precisava de uma prancha. Assim procurei usar o SUP como treino para me condicionar fisicamente sem ficar fora do mar. Em 2013 conheci o Alex Araujo que na época já era atleta de SUP race e ele me apresentou as pranchas races e o downwind, daí me apaixonei pelo esporte. Em 2014 comecei a competir e foi dando certo, fui 4 x campeão Cearense 2016, 2017 e 2018 e 2019 cheguei ao TOP 12 no brasileiro profissional em 2017 e alguns pódios na canoa, natação e sup em outras competições fora do Ceará.
Como começou nas competições e no DW?
Em 2014 quando fundamos a equipe Evolution SUP que hoje é a Kayakeria elite tean começamos a praticar os downwind em raias mais curtas (8km a 16km) pois não tínhamos equipamentos específicos para a modalidade. Tivemos em 2016 aqui no Ceará a segunda edição do W2Downwind, onde participamos com as races 12,6 mesmo, foi dureza, mas valeu muito para nosso desenvolvimento.
Já no ano seguinte 2017 tive o apoio da He´eNalu e já comecei a aparecer no pódio, mas foi em 2018 que veio o título de campeão na categoria Stock downwind com o apoio incondicional da Xerife Supboard RJ.
Resumindo foram 5 campeonatos de downwind e quatro presença no pódio, acho que estou na média.
Você já participou de vários eventos de DW aí no Ceará inclusive o Molokabra 2019, qual foi a principal diferença que você sentiu neste Molokabra 2020?
O nome Molokabra surgiu de uma conversa entre eu e meu amigo Guilherme Jr, nós estávamos falando sobre o Molokai, quando comentei de ter competido no Cabra da Peste (´´Iron Man cearense´´) uma prova cascuda aí ele disse … ´´aqui deveria ter o MoloCabra – de Cabra da peste e ai ficamos viajando como seria essa competição.
Com o passar dos anos nossa associação ASUP Ce tomou a frente e concretizou o campeonato a nível nacional e transformando o MolokaBRA – BRA de Brasil.
Fico feliz em ter participado das 2 edições com bons resultados na categoria SUP Stock bicampeão máster e 2 x vice-campeão Overall. Continuo trabalhando forte para o título da categoria quem sabe.
A principal diferença que percebi neste Molokabra 2020 em relação ao de 2019 foi à presença de novos atletas de fora do Ceará e a união de novas modalidades náuticas. Também destaco a introdução do chip para marcar os tempos de cada atleta isso foi imprescindível. Parabenizo a ASUP Ce pela excelente divulgação e evolução.
Como você vê as mudanças para o Molokabra 2021?
Acredito na possibilidade de premiações com kit e grana nas modalidades com um número relevante de atletas, pois o valor da inscrição é bem significativo e o evento já possibilita uma boa visibilidade para investidores.
A implantação de uma seletiva para o Molokabra extreme é uma excelente proposta, gosto muito de desafios. Fechar o Super Molokabra entre os 5 primeiros e realizar uma prova extra valendo uma boa premiação vai ser top.
Você também faz a preparação para vários atletas que correm o circuito cearense de SUP e Va’a, fale um pouco mais sobre seu trabalho:
Sou bacharel em Educação Física, Especialista em Biomedicina do Esporte e Mestre em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Ceará. Hoje, doutorando em Ciências Morfofuncionais. Trabalho há 20 anos com preparação física, utilizando o método TNI (treinamento neuromuscular integrado) que consiste na periodização baseada na capacidade física predominante da modalidade em questão e na resposta adaptativa do individuo aos estímulos promovidos pelo treinamento.
Utilizo treinos dentro d água (parte técnica e física) e fora d’água (com kettlebell e Calistenia), é importante que o atleta entenda seus limites e seu potencial de desenvolvimento, pois o treinamento exige controle de carga, percepção do esforço, especificidade, adaptação, volume e intensidade isso tudo somado a uma boa nutrição e hidratação. O SUP e a Canoa são esportes relativamente novos no campo de desempenho esportivo, assim é comum vermos ´´treinadores´´ não formados apenas reproduzindo treinos volumosos e inadequados ao biótipo e nível de condicionamento do praticante.
Nossos atletas recebem planilhas mensais com o treinamento adequado a sua rotina ocupacional, nível físico e modalidade. Sempre planejo o treinamento em 4 períodos;
1 Preparação Geral (desenvolvimento geral)
2 Preparação Específica (potencializando a capacidade física da modalidade)
3 Polimento (período competitivo)
4 Período transitório (recuperativo e regenerativo)
Com isso priorizamos uma competição alvo para que possamos ter tempo para planejar e desenvolver as valências físicas e técnicas do esporte. Sabemos que a construção do desempenho atlético não acontece com volumes excessivos e nem tão pouco da noite pro dia. Lembrando que cada atleta terá uma resposta diferente ao treinamento, assim é preciso trabalhar cada dificuldade apresentada.
O bom resultado é quando o atleta consegue alcançar seu máximo desempenho na competição fazendo valer o que ele treinou e se esse resultado for o suficiente para marcar a presença no pódio, ai é melhor ainda.
Profº Paulo Vasco
CREF: 4350 – G/CE
Profissional de Educação Física
Atleta SUP Race
Tetracampeão Cearense
Bicampeão Master Molokabra
Campeão Tríplice Coroa