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Por dentro do Molokabra 2020

Molokabra 2020 – Há poucos mais de uma semana para acontecer o maior evento de Downwind do Brasil, nossa equipe conversou com Alexandre Nogueira um dos cabeças envolvidos na organização do evento, confira o bate papo:

Este ano o Molokabra está apontando como o evento que vai movimentar a cena dos paddlesports no Brasil, o que a organização preparou para a versão 2020 ?

O MolokaBRA Downwind 2020 se propõe a ser um evento moderno, dinâmico e com foco no atleta. A organização entende que as estrelas do espetáculo são os atletas e todos os esforços visam prover segurança e visibilidade aos participantes através da valorização da presença de cada um. Um forte diferencial do evento é o acolhimento personalizado. Com a sistemática de trabalho adotada a organização sabe todas as demandas dos participantes, desde um atleta PCD a uma necessidade de hospedagem, dicas de restaurantes, transporte dentre outras , o que faz o atleta se sentir em casa e protegido na competição.

Quais as medidas que serão tomadas para segurança dos atletas com esta situação da COVID-19?

Desde 2019 já adotamos um protocolo que exigia atestado médico e uma criteriosa análise das condições de saúde do competidor. Para 2020 acrescentamos nas fichas de avaliação do atleta dados relativos à COVID 19, incluindo a testagem a critério do médico do atleta. Além desse cuidado que foi reforçado a organização adotará medidas que evitam aglomeração, a exemplo de sistemas de delivery e drive thru para entrega dos kits e a realização de encontros virtuais (remotos) para apresentação técnica da competição. Além disso um rigoroso protocolo sanitário foi submetido à Secretaria de Esporte e Juventude do Governo do Estado do Ceará no qual apresentamos medidas de prevenção à transmissibilidade da Covid 19, incluindo uso de máscaras fora da água, distribuição de alcool em gel aos competidores, medidas de lavagem rotineira das mãos, evitar uso coletivo de banheiros dentre tantas outras alinhadas com as medidas adotadas pelas autoridades sanitárias e governamentais através de decretos.

Molokabra 2020
Molokabra /Foto: Organização

Pelo que percebi conversando com atletas é que a procura este ano foi muito grande em participar do evento, foi uma surpresa para a organização ter superado o número de inscritos de 2019?

Não consideramos uma surpresa. O fato da não realização de outros eventos similares no Brasil por conta da pandemia provavelmente aumentou a procura mas o grande chamamento acreditamos seja relacionado à organização e divulgação da prova e principalmente às excelentes condições da raia do Ceará para a prática de downwind, não encontradas em outros Estados. Além disso Ceará, Fortaleza e Caucaia, por si, são atrativas do ponto de vista do turismo, então um conjunto de fatores levam a prova a ter uma enorme procura. Mas frise-se, o teto de atletas foi estipulado pela organização. Rejeitamos cerca de 50% a mais de inscrições , tanto porque estavam foram do prazo quanto em respeito à segurança e a pontualidade dos que se inscreveram no tempo hábil estabelecido pela organização.

Qual os diferenciais da versão 2020 do Molokabra para a anterior?

Segurança aquática, parceria com a FVMEC para as provas de velejo, cronometragem digital dos tempos dos atletas, equipe de cobertura fotográfica, narração profissional e material dos kits dos atletas dentre outros. Há uma evolução natural proporcional ao crescimento e consolidação do evento, assim como para 2021 já está todo desenhado, com inscrições abrindo ainda em novembro de 2020.

Porém o grande diferencial do MolokaBRA continua a ser o Iate Clube de Fortaleza, clube referência na Cidade de  Fortaleza cuja estrutura encanta a todos os presentes. Eu diria que sem o Iate o MolokaBRA perderia boa parte do seu brilho e encanto, pois além do acolhimento de primeira linha, o visual e a proximidade com o mar tornam o clube inesquecível aos olhos dos atletas de outros estados e também os locais, especialmente para quem assiste o espetáculo do por do sol nos jardins do clube.

O Molokabra abraçou muitas modalidades este ano, e isso vai destacar ainda mais a condição especial de DW que o estado possui, comente um pouco sobre esta decisão da organização:

O conceito de que o mar é de todos e para todos prevalece. Temos a certeza de que todas as oito modalidades contempladas, quatro do remo (SUP, Va’a, Surfski e Paddleboard) e quatro do velejo (Kitesurf, Windsurf, Wing Foil e Hydrofoil) são importantes no contexto esportivo náutico. Como imaginar um evento de downwind no Ceará sem o kitesurf? Como imaginar o windsurf de fora no estado que produziu campeões mundiais na modalidade? Hydrofoil e Wingfoil deixaram de ser promessas ou tendências e sao realidades mundiais. Quanto aos paddle, cada “tribo” tem a sua história e relevância pra compor o evento. O SUP por ser a mola mestra da ASUPCE, entidade estadual de SUP organizadora do MolokaBRA. O paddleboard por ser a “origem de tudo” e por ser o foco inicial da prova havaiana que nos inspirou, a Molokai2Oahu. O Va’a pelo enorme desenvolvimento nos últimos anos no Brasil com um aumento substancial dos praticantes e o surfski pelo seu impacto de performance e pela perspectiva real de futuramente o MolokaBRA ser etapa oficial do brasileiro e até de mundial da modalidade. Inclusive em 2020 a prova será chancelada pela CBCa como Copa Brasil 2020, o que aumenta nossa responsabilidade enquanto organização. Enfim, todas as modalidades tem igual peso, relevância e carinho por parte da organização. Olhamos de modo horizontal para todas, sem esquecer nenhuma delas e sem colocar nenhuma como mais importante que a outra, talvez por isso o sucesso do MolokaBRA: a união de todas as “tribos” do mar, que se unem numa ambiência muito positiva nos dias de evento, inclusive forjando novas amizades e experiências.

Este ano houve uma mudança em distância na primeira prova e também algumas mudanças em pontos de chegada, nos conte mais sobre esta situação :

A cada ano uma inovação. Isso é necessário. Quem veio em 2019 verá que os pontos de saída das provas do remo são todas diferentes. Passamos de 50km para 60km e nao mais realizamos a prova de 5km, que era necessaria numa primeira edição para fomentar a prática do downwind, especialmente para cearenses que literalmente desmistificaram o downwind e em 2020 estarão nas três provas. Os locais de chegada (Vila do Kite, Barraca da Zenilda e Katavento Pousada) estão absolutamente preparados para receber a todos e são os melhores picos, criteriosamente escolhidos pela organização.

Deixe um recado para todos os atletas que irão participar e todos aqueles que já estão se coçando para ir em 2021:

Não deixem nada para última hora. Um evento da envergadura do MolokaBRA requer tempo de planejamento e execução. Se em 2020 encerramos as inscrições 45 dias antes da prova para 2021 serão 2 meses. Isso facilita o trabalho da organização, confecção de kits personalizados, aproximação maior com cada atleta inscrito e também todo o planejamento de staff, segurança aquática e demandas logísticas. O recado é que se você ficou de fora se programe para 2021 realizando a sua inscrição a partir de novembro deste ano. Aqui cada atleta é bem acolhido, respeitado e valorizado, do campeão mundial ou brasileiro até o iniciante e inexperiente em downwind.

Alex Araujo
Alex Araujo
Alex Araújo é um dos pioneiros em criação de conteúdos esportivos na internet. Atua neste mercado desde 1996 como editor de renomados sites como CAMERASURF, SURF-REPORTER e nas revistas PARAFINA MAG e SUP MAG, e já colaborou com artigos nas Revistas Fluir, Inside,Hardcore e no Jornal Drop.
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