Forma – Em função dos seus diferentes desenhos/formas, as quilhas podem melhorar ou comprometer o desempenho de uma prancha. Muitas vezes, as diferenças são tão sutis que passam despercebidas. Nesse sentido, é necessário compreender bem as variáveis que influenciam no funcionamento das quilhas e sua respectiva influência no desempenho da prancha.
Falaremos aqui especificamente das caracteristicas das quilha centrais de sup (monoquilhas).
Função – A função básica da quilha central de um sup é proporcionar direcionamento (drive), estabilidade e também, em menor escala, propulsão (velocidade) conforme complexos princípios hidrodinâmicos. Trata-se de um acessório muito funcional onde a sua forma segue a sua função.
Variações das características das quilhas que você deve compreender para entender o seu funcionamento.
Estruturalmente, uma quilha se divide em:
BASE = é o comprimento da quilha onde ela encontra a prancha na caixa de quilha. Quanto maior a base, maior será a distância que a água terá para atravessar na quilha. Nesse sentido, maior será conservação de energia nessa região e, consequentemente, maior drive (direção) terá a prancha. O oposto ocorre em quilhas com bases menores.
Qual a vantagem das quilhas com bases mais largas? Como a prancha tende a andar mais em linha reta, as trocas de lado do remo serão reduzidas. Isso implica em ganho de velocidade ou conservação da velocidade (inercia), visto que não haverá aquela perda de velocidade momentânea durante a troca de lado na remada. Além disso, remar em linha reta economiza a energia do atleta e o tempo de prova se comparado a uma remada em zig zag. Quem rema em zig zag percorre uma distância maior em relação a quem rema em linha reta! Além de gastar mais energia tentando fazer a pracha andar em linha reta durante o percurso.
Qual a desvantagem das quilhas com base larga? Como a energia acumulada na base da quilha é grande para favorecer o drive, esse tipo de quila deixa a prancha mais presa nas curvas de bóia. Para provas de travessia, sem boias para contornar, esse formato de quilha é o ideal. Já para provas com com muitas bóias para contornar (sup técnico por exempo), uma quilha com a base menor poderá ser a melhor indicação.
ALTURA/PROFUNDIDADE = é a distancia que a quilha penetra na água. Tem influência direta na estabilidade e controle da prancha. Quanto maior a profundidade, mais estabilidade lateral a prancha terá, inclusive nas curvas de bóia. Quanto menor a profundidade, menor estabilidade lateral irá proporcionar a prancha. Vale ressaltar que uma das caracteriscas que mais influenciam no arrasto, é justamento a profundidade da quilha central. Quanto mais profundidade, maior o arrasto. Quanto menos profundidade, menor o arrasto. Em provas de downwind como o Molokabra e o Rei de Búzios por exemplo, onde o mar costuma ser muito mexido em função dos ventos fortes, uma quilha mais profunda pode ser uma boa opção para auxiliar na estabilidade da prancha. O mesmo vale para travessias em alto mar ou qualquer outra condição de mar muito mexido.
INCLINAÇÃO = é a curvatura da borda de ataque da quilha (parte da frente da quilha). Quanto maior a inclinação da quilha (para trás), mais longo é o arco da curva, ou seja, o “zig zag” durante a remada, para quem tem dificuldade de remar em linha reta, é mais aberto. Quanto menor a inclinação, mais facilidade terá a prancha em andar em zig zag, pivotear (virar) e inverter a direção durante uma curva de boia, por exemplo.
BICO = é extremidade vertical da quilha e segue o mesmo princípio da largura da base, quanto mais área no bico, maior o drive (direção) e a estabilidade. As quilhas que possuem o bico com maior área proporcionam mais segurança/estabilidade, mas ficam mais presas nas curvas de boia. O posto ocorre nas quilhas com menor área no bico.
FOIL = é o formato laminar do corpo da quilha. A forma como um fluido atravessa um corpo determina a hidrodinâmica do mesmo. No caso das quilhas, foil é o formato hidrodinâmico da borda de ataque (parte da frente da quilha) em direção a borda de fuga (parte traseira da quilha). Enquanto a quilha corta a água, as moléculas do fluido se dividem. Devido a um princípio físico, as mesmas moléculas que estavam juntas antes dessa divisão (na borda de ataque) tendem a se encontrar no final do percurso (borda de saida) gerando mais impulso e drive a prancha. A hidrodinâmica perfeita acontece quando a mesma quantidade de água que entra na borda de ataque sai pela borda de saida da quilha. Toda água que se dispersa durante esse caminho gera arrasto e turbulência.
Diferentes foils criam variações no fluxo da água. Essas variações determinam a quantidade de impulsão (lift) e arrasto (atrito com água) que a quilha exercerá.
Todos estes componentes que envolvem a forma das quilhas trabalham juntos para criar as características de desempenho do conjunto prancha x atleta. Entre outros, temos por exemplo:
Inclinação x Base x Área
Juntos, inclinação e base formam a áreada quilha. Quanto maior a área, mais superfície a quilha terá para empurrar a prancha contra a água e consequentemente, maior será drive (drive é a quantidade de aceleração para frente que proporciona velocidade e direcionamento – linha reta). As quilhas com drive são aquelas com base mais comprida, e mais inclinadas para trás. No sup race, quanto maior a área da quilha, maior será o drive, a estabilidade e o direcionamento da prancha Porém, nas curvas de boia, o arco da curva será mais longo.
Profundidade (depth) x Área x Área do bico
A combinação profundidade x área do bico influência principalmente na estabilidade lateral da prancha (maior equilíbrio). Quanto maior a profundidade e a área da quilha, maior será a estabilidade (facilidade de se equilibra sobre a prancha). No geral, quilhas com maior área total tendem a garantir um maior drive e estabilidade as pranchas. Porém, a profundidade da quilha é determinante em relação a uma maior ou menor estabildade. Mais profundidade e área garante mais estabilidade do que menos profundidade e menos área. Importante ressaltar que profundidade é determinate na quantidade de arrasto gerado. Mais profundidade, gera mais arrasto, menos profundidade gera menos arrasto.
O sup, como a maioria dos esportes, envolve um conjunto de fatores que devem atuar juntos e em equilíbrio na determinação da performance. A quilha sozinha não fará todo o trabalho para o qual ela foi desenvolvida. Tudo depende de uma atuação equilibrada e harmônica do conjunto atleta X prancha (e seus acessórios: quilha, remo etc). Por exemplo:
Assim como a área da base da quilha e sua inclinação influenciam no remar em linha reta, a forma/técnica do atleta remar tambem exerce grande influência nessa questão. Remar com remo entrando na água (fase de ataque) em diagonal fará com que a prancha ande em zig zag, mesmo que você esteja com uma quilha especifica para drive.
Pranchas mais estreitas e mais compridas naturalmente tendem a andar mais em linha reta do que as pranchas mais largas e menores.
Mesmo usando uma quilha desenvolvida para fornecer mais estabilidade, em pranchas com muito volume para um atleta leve, a quilha perderá um pouco da funcionalidade para a qual foi desenvolvida.
Conheça mais sobre o trabalho de Diego Rangel clique aqui
Equipamento – Como as quilhas de SUP funcionam – Paddle News
[url=http://www.gwia0thv35b7i78jcgke486788486m5fs.org/]umkzkidinik[/url]
amkzkidinik
mkzkidinik http://www.gwia0thv35b7i78jcgke486788486m5fs.org/