Batemos um papo com Cirano Ribeiro, atleta da elite do SUP nacional, que recentemente foi o campeão do Molokabra, maior evento de Downwind do Brasil.
Cirano mostrou bastante sintonia com a condição e venceu duas das três provas da competição.
Confira o bate papo com o atleta:
Vindo de Brasília como foi a primeira impressão quando chegou no Ceará e fez o Primeiro treino?
Como treino em águas abrigadas, no caso um lago, eu tinha um receio em relação a adaptação com o balanço das ondas. Porque apesar de treinar com ondas de embarcações, que são geralmente mais uniformes, sabia que o desafio no mar seria maior, por conta de ser um ambiente mais complexo, e por levar uma prancha instável, talvez a mais estreita do campeonato, isso ainda elevaria essa dificuldade na adaptação. Mas, as coisas fluíram tão bem que me adaptei ao mar do Ceará de forma inexplicável.
O que achou das condições do DW no Ceará?
Foi incrivelmente prazeroso remar nessa condição de downwind do Ceará. Eu havia treinado apenas uma vez em um downwind realmente forte, que foi em Angra dos Reis, com ondulação e ventos alinhados e bem fortes. Então não tinha muita experiência nessa condição específica, porém, fui surpreendido positivamente com a adaptação. O fato de ter encaixado bem a remada foi fundamental para o sucesso no Molokabra.
Qual foi sua impressão sobre o evento?
O Evento Molokabra sem dúvida foi muito bem planejado e executado, a organização está de parabéns pelo evento, que sem dúvida é um dos melhores do mundo. Evento cumpriu com o cronograma, nos ofertou total conforto e principalmente segurança. Devo ressaltar essa questão da segurança, nunca vi nada igual ao que fizeram durante o evento, acompanhamento por GPS, embarcações etc., nos trouxeram conforto para remar sem se preocupar.
Qual foi sua estratégia para se consagrar campeão do evento?
Sem dúvidas ter humildade para ouvir os locais e ter treinado junto com o Guilherme Júnior e o Alex Araújo, dois monstros que mesmo concorrendo comigo na mesma categoria, foram super solícitos em dar dicas sobre os percursos. Além, de ter treinado muito duro a parte física e todo o apoio da minha esposa, que me acompanhou e me deu todo suporte fora da água. Ser campão dessa prova foi incrível, foi algo que queria conquistar esse ano, uma prova única no Brasil.
Qual das provas exigiu mais de sua condição física?
Com certeza a última, por conta do acúmulo de treino perto da prova, para aproveitar a condição e dicas e ter acumulado também 30 km de provas nos dias anteriores, com 12km + 18km. Mas, o que mais me exigiu foi ter errado durante o último terço da prova e ter feito uma rota muito próxima a margem, o que fez com que eu andasse mais lento que os remadores que optaram por uma rota mais aberta.
Deixe um recado para galera que acompanhou o evento pela rede e também sua opinião sobre estes três dias de competição:
Queria deixar minha gratidão a torcida de amigos e familiares que vibraram com essa minha conquista.
Que as competições voltem ocorrer o quanto antes, o Molokabra provou que se bem organizado, não é impossível nesse momento realizar um evento grande.
Obrigado pela oportunidade de falar com sua audiência e muito obrigado pelas dicas no Ceará!
Realmente, para quem rema em águas abrigadas, que também é o meu caso, no mar fica mais difícil devido a pouca familiaridade.
O resultado é a somatória da grande experiência do atleta, o foco nos treinos, a atenção nas dicas dos que remam no local e claro a dedicação e o talento.
Grande conquista Cirano!