Zirk Botha veio da África do Sul ao Brasil em 70 dias
Zirk Botha, navegador de 59 anos, concluiu na sexta-feira (26 de fevereiro) os 7.200km (ou 4.000 milhas náuticas) que separam a Cidade do Cabo, na África do Sul, até o Brasil. A bordo do Ratel, um barco de 6,5m de comprimento, ele finalizou o percurso em 70 dias. O ex-oficial da Marinha sul-africana deixou seu país em 19 de dezembro de 2020 e chegou a Búzios, na Região dos Lagos fluminense, na noite da sexta-feira, mas a apresentação oficial do fim da travessia se deu na sede de Cabo Frio do Iate Clube do Rio de Janeiro, no sábado (27). “Quando comecei a planejar esta viagem, há dois anos, as pessoas disseram que eu estava louco! Quero encorajar a todos a sonhar grande, fazer o máximo e nunca permitir que ninguém os desanime. A vida é uma grande aventura”, comemorou o navegador à assessoria do evento.
Em sua trajetória entre continentes pelo oceano Atlântico, Zirk Botha encarou os riscos da navegação em mares selvagens, a privação de sono e o isolamento. “Embora tenha tido condições climáticas quase perfeitas para facilitar uma travessia recorde, foi tudo muito intenso, com apenas dois dias calmos em toda a travessia. A natureza implacável do clima é física e mentalmente desgastante. Não estava preparado para esse tipo de desafio”.
Além de finalizar a prova, o sul-africano conseguiu outra marca expressiva. Com o nome Row2Rio2020, a expedição de Zirk Botha quebrou a antiga marca mundial da travessia, que era 92 dias no ano de 2017 e pertencia à dupla Wayne Robertson e Braam Malherbe. “Estou à espera de verificação, mas creio que esta é a distância mais longa remada por um por apenas um sul-africano em qualquer percurso”.
Remo para um futuro sustentável
A façanha de Zirk começou a ser construída na montagem do barco. “Tive meus patrocinadores, mas foi preciso aprender sozinho a trabalhar com epóxi e construi-lo no meu jardim. Eu mesmo montei todo o equipamento e fiz toda a fiação elétrica. Eu queria usar também o #Row2Rio2020 para destacar o impacto dos combustíveis fósseis e do consumismo irresponsável no planeta, que será o lar de nossos filhos e das gerações futuras”.
Divulgação/zirkbotha.co
Por Juliano Justo – Repórter da TV Brasil e Rádio Nacional São Paulo