O Chile está lutando contra um dos piores incêndios florestais dos últimos anos. O fogo já matou 24 pessoas, queimaram mais de 340 mil hectares e destruíram mais de mil casas.
Enquanto os pais lutavam contra o fogo que ameaçava a casa da família no sul do Chile, Lucas Cespedes, de 13 anos, não quis ficar parado. Transportou dezenas de bombeiros pelo rio num pequeno barco a remo para ajudá-los apagar as chamas e a chegar a áreas inacessíveis.
“Transportava pessoas pelo rio porque estava desesperado. Os meus pais estavam a combater o incêndio e eu estava com muito medo de que o fogo chegasse à minha casa”, disse Cespedes, que mora com a família numa zona que só é acessível pelo rio. “Não havia mais ninguém que pudesse transportar pessoas, a única esperança era eu.”
Cespedes ajudou os bombeiros a atravessar cerca de 30 metros do rio Futa, que fica perto da cidade de Valdivia, mil quilómetros a sul da capital Santiago, e continuou a fazê-lo mesmo quando os incêndios se tornaram cada vez mais letais. “Agora continuo a ajudar, continuo a transportar as pessoas, a trazer bombeiros”, acrescentou o jovem.
Os incêndios estão castigando as regiões agrícolas e florestais do Centro-Sul do Chile e acontecem numa altura de seca prolongada que se estende há mais de uma década e que afetou a agricultura, as paisagens urbanas e a capacidade de mineração do maior produtor mundial de cobre.