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Va’a High-Tech – Anatomia de uma canoa polinésia

Esta é a primeira de uma série de matérias técnicas, cuja finalidade é ampliar o conhecimento sobre as canoas Havaianas e Tahitianas para um melhor entendimento das suas qualidades, aumento de perfomance para aqueles que competem e porque não, limitações.

Estamos lidando com embarcações que possuem uma história milenar, que permitiu que povos saíssem do sul da Ásia e colonizassem dezenas de centenas de ilhas tanto no Pacifico norte como no sul. A sua aparência frágil e alta velocidade quando navegando a vela, impressionaram os primeiros navegantes europeus no início do século XVI, na épica viagem de circum-navegação feita por Fernão de Magalhaes.

Na atualidade, a canoagem polinésia, nome genérico como são conhecidas as canoas modernas, estão divididas em duas grandes famílias: canoas Havaianas e Tahitianas. A primeira, possuindo estreitos laços com a cultura do arquipélago do Havaí, enquanto que a segunda, melhor adaptada aos mares do sul, se desenvolveu de uma maneira diferente.

As canoas Havaianas são conhecidas internacionalmente como outriggers e sua característica principal é serem abertas, sem convés na região do cockpit, onde ficam os remadores. Possui 4 modelos, classificados quanto ao número de remadores. Assim temos as canoas OC1, OC2, OC4 e OC6 para respectivamente 1, 2, 4 e 6 remadores.

Já as Tahitianas, também conhecidas como Va’a, possuem convés fechado ao longo de todo o comprimento da canoa e são classificadas em 5 categorias: V1, V1R, V2, V3 e V6. A categoria V1R é uma canoa V1 equipada com um leme controlado pelos pés do remador. A letra R vem de Rudder, leme em inglês.

De todas as canoas mencionadas, apenas a OC6 possui regras rígidas. Ela precisa possuir uma forma submersa de proa e popa dentro de certas medidas bem como ter um peso leve (apenas o peso da canoa, sem ama e iakos) mínimo de 150 kg.

Como trata-se de uma embarcação com muita história, vamos usar a canoa do tipo OC6 como ilustração. As ilhas do oceano pacifico estão espalhas por uma região enorme, sendo que algumas ilhas são muito isoladas. Isso fez que existisse diversos dialetos, e, portanto, a nomenclatura de algumas partes das canoas varia de ilha para ilha. Mostramos aqui o resultado de uma pesquisa de termos tradicionais, mais aceitos na atualidade. Além da descrição de cada um deles, colocamos a tradução em inglês, por ser o idioma técnico universal.

Para podermos referenciar certas partes da canoa, como por exemplo, a parte do Iako designada como Muku, é necessário conhecer 4 termos básicos de toda embarcação.

Posicionando-se na popa (traseira da embarcação), e olhando para a frente, temos a popa e a proa (frente do barco). O seu braço da direita indica o lado de boreste e o da esquerda de bombordo. Colocamos uma rosa dos ventos para facilitar. Se a direção proa estiver orientada para o norte, o leste ficará a nossa direita e aí fica mais fácil lembrar que boreste é do lado leste.

Uma curiosidade: a palavra estibordo é o mesmo que boreste, porem é usada só em Portugal. No Brasil usamos apenas a palavra boreste.

Por: Ronaldo Fazanelli Migueis

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