Existem vários tipos de remada numa canoa havaiana, treino, passeio, expedição, noturno, porto sol contemplativo, regenerativo depois devim longão, mas certamente a remada para surfar é o que mais nos traz adrenalina e alegria.
Quando comecei a remar a Baia de todos os Santos mais parecia uma piscina gigante com suas águas calmas e cristalinas, aí chegou o outono e algumas ondulações começaram a chegar de sudeste fazendo quebrar umas marolas no Farol da Barra.
Antes da era do SUP que pegávamos essas ondas por trás do Farol até o final da enseada, proporcionando pessoas que nunca surfaram a ter a sensação de deslisar numa onda levando todas ao êxtase.
Foram muitas ondas em cinco anos onde só existia a Kaleopapa oc6 em águas nordestinas, fazendo as vezes no pôr do sol o público aplaudir nossas raspadas nas pedras da enseada do Farol da Barra.
Depois vieram as remadas oceânicas onde deslizávamos em vagas fazendo um downwave como se fosse uma carona para a canoa.
Após me mudar para Itapuã a brincadeira ficou séria, pois as ondulações na Pedra que Ronca eram mais constantes e maiores, em dias épicos com mar liso as ondas podem chegar de até 3 metros.
Para mim que surfei ondas em Sunset e Waimea não eram tão grandes, só que eu não estava mais na prancha e sim numa canoa com outras pessoas que eu era responsável pela integridade física delas, pois quando uma canoa dá o huli em uma onda tudo pode acontecer, como um dia eu e três amigas de oc4 saímos com um mar belíssimo e ondas de 2 metros pelo canal para remar no outside, mas na volta já sabia que iria pegar umas ondas.
Dropamos no rabo de uma onda afastada da Pedra que Ronca, mas não achei suficiente e voltei e parei no pico ao lado da Pedra. Neste veio uma grande onde remamos e descemos ladeira abaixo com a ama do lado esquerdo da cavada a onda jogou a ama e a canoa virou num turbilhão que parecia uma máquina de lavar roupas, fiquei preocupados com as meninas, tudo se espalhou, remos, balde, Bayer mas os amigos de SUP nos deram apoio, e depois da zona de impacto onde viramos a canoa e voltamos para a areia, apenas a Isabela tinha tomado uma pancada na cabeça de leve, a Nani e a Olga nada sofreram apenas um susto e a experiência para ficarem mais casca grossa.
Continuo a sair para surfar escolhendo meus parceiros que gostam de emoções fortes, depois de quebrar vários Iakos, tento não querer pegar ondas acima de um metro, mas o extinto me joga em maiores.
No último dia de Iemanjá em 2020 fizemos um catamarã com a Jaws oc4 de Fred e descemos para a Festa. ao chegar na praia de Santana, com muitos barcos e flores na nossa frente, ao passar por uma pedra rasa, se formou puma ondulação e fomos nós ladeira a baixo, uma multidão nos observava e canoa não tem freio, no final encheu um pouco d’água e a canoa parou antes de atingir outras embarcações, e assim fizemos uma chegada épica de catamarã com a bênção de Iemanjá.
ALOHA AXÉ!