SOU SURFISTA NA MINHA ORIGEM E ESSENCIA, ENTÃO VOU DEIXAR BEM CLARO QUE SOU EXTREMAMENTE FAVORÁVEL A SUPS E CANOAS, ATÉ PORQUE PRATICO, ALÉM DO SURF, MAIS ESSAS DUAS MODALIDADES.
PORÉM COM GENTILEZA E RESPEITO E USANDO AS TÉCNICAS ADEQUADAS.
Estamos observando constantemente alguns acidentes, choques e batidas, entre praticantes das várias modalidades de surf.
Mas enfim acabaram acontecendo alguns acidentes, havendo um com características de escalpo de couro cabeludo de um surfista. O que chegou a ser noticiado em matéria nos sites de Surf, e na imprensa em geral.
Foi de potencial grave, do ponto de vista da segurança, já que poderia ter ocasionado um acidente fatal.
“OBSERVAMOS SEMPRE QUANDO TEM UM SWELL UM NUMERO CONSIDERAVEL DESSES EVENTOS”
“Será que não podemos empreender uma campanha a favor da cortesia e respeito no Surf? Não podemos fazer nada?”
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Motivado pelo aumento exponencial do número de surfistas e em menor grau do aparecimento de outras modalidades de Surf a remo como SUP e Canoas Havaianas, as nossas praias, e ondas, parece, estão ficando pequenas para tantos surfistas.
Então aconteceram duas explosões demográficas no outside:
Primeiro o aumento enorme no número de surfistas, o que aconteceu motivado pela conquista dos quatro títulos mundiais, só no surf de pranchinha, mais dois no longboard, e mais dois no Stand Up Paddle conquistados por surfistas brasileiros.
Segundo o ressurgimento dos esportes de remo nas ondas.
Com isso os outsides, se transformaram, e acabaram ficando extremamente congestionados. Então numa análise simples, tivemos vantagens e desvantagens.
Estou falando isso em cima da minha própria experiência pessoal no outside.
Lugares onde eu há 50 anos atrás pegava onda sozinho ou com mais uns 10 surfistas, no máximo, hoje surfo de Sup e tem 100, 150 surfistas, as vezes muito mais.
Há 13 anos, escrevi a matéria, “PAZ NO SURF”, em 2007, àquela época tínhamos um crowd bem menor, porém bem menos amistoso.
Hoje quando vou com o meu Sup pegar ondas nesses lugares percebo que, apesar de lotado, não sinto aquela vibe de localismo ou outras expressões de violência.
Mas o grande número de surfistas mesmo, em, tendo aumentado a paz, impede qualquer tentativa de se dropar em uma onda sozinho, ou caso você consiga esse milagre, sempre vai ter gente no seu caminho.
ENTÃO COMO PROMOVER UMA CONVIVÊNCIA PACÍFICA E SEGURA?
O MUNDO SERIA UM LUGAR MELHOR, SE AS PESSOAS SE PERGUNTASSEM COM MAIS FREQUÊNCIA: E SE FOSSE COMIGO?
Para mim o Surf e o Mar são expressões da mais PURA PAZ e devem, como tal ser, respeitados.
Então já vimos que: a cultura do localismo e violência mudou para melhor.
Confira o vídeo abaixo de uma briga no pico de Malibu um dos lugares mais pesados quando o assunto é localismo.
Hoje o foco da violência e do localismo, apesar, e proporcionalmente, ao enorme contingente de surfers da atualidade, melhoraram bastante.
Mas em paralelo mudou para uma atitude de tipo eu não tô vendo, e lá vou eu.
Com a globalização, as viagens, a troca de experiências e um maior entrosamento, foi gerada uma maior união e amizade entre os surfistas. Salvo alguns casos isolados.
QUAL DEVERIA SER O PROXIMO PASSO?
PARA MIM SÃO DOIS;
O PRIMEIRO, MAIS IMEDIATO: A GENTILEZA E O RESPEITO
JA QUE NÓS TEMOS, REGULAMENTAÇÃO PARA EMBARCAÇÕES NO MAR, MAS NAO TEMOS PARA SURFISTAS
Agora com esse número crescente de surfistas e que vai tender a aumentar, e muito, num futuro próximo. Como o crowd será muito grande, isso é uma realidade, não há outro caminho.
O próximo passo seria mudar a cultura de levar vantagem, seja em que lugar for, teremos que aprender e nos acostumar a apostar no bom senso e na gentileza, no respeito ao outro, deixar que o outro vá na onda.
Slow Down, tire o pé do acelerador, permita,
RESPEITO terá que ser a palavra-chave, principalmente nesse lugar SAGRADO, QUE É O MAR!!!
Como defensor da paz, que sempre fui, viajo pelos locais de surf há trinta e cinco anos e só faço amigos.
Mesmo nos considerados como de pior localismo como no Hawaii, só tenho amigos e cada vez que vou, faço mais alguns.
Onde surfo na Bahia respeito a todos, os locais, e os de fora também, e para mim o grande segredo é esse:
RESPEITO: É DARMOS O EXEMPLO, SERMOS AMISTOSOS PRIMEIRO, POIS É RESPEITANDO OS OUTROS QUE SEREMOS RESPEITADOS.
Temos que ter pessoas no mar que ao invés de incitar a lei de Gerson e queiram pegar todas as ondas para si, que deixem os outros, pegarem as ondas. E queiram assim, com essa boa vontade, acabar com os acidentes que hora vemos.
Não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem com você. Para mim essa é a regra básica de convivência!!!
NÃO TEMOS REGULAMENTAÇÃO PARA O SURF, ENTÃO PRECISAMOS, URGENTE, É TER BOM SENSO, GENTILEZA, RESPEITO E TREINAMENTO.
De forma geral o bom senso diz que: Pranchas maiores teriam que dar PRIORIDADE às menores. Ou seja, pranchas menores teriam prioridade sobre as maiores.
Vou exemplificar, e aqui é REGULAMENTAÇÃO, um jet ski não pode fazer tow in onde houver surfistas na remada.
Em praias onde a população vai se banhar os jets são obrigados por lei a se manterem a 300 mts da praia.
Lógico que jet skis são movidos por propulsão a motor, ou mecânica.
Fazendo uma similaridade com as pranchas seria assim: as pranchinhas teriam prioridade sobre os longboards, pranchinhas e longboards sobre Stand Ups, todos esses citados teriam prioridade sobre pranchas a vela: windsurf ou kites e canoas havaianas.
Os bons pilotos, bons capitães de canoas, bons Supistas e bons Surfistas já procedem dessa forma. São muito respeitosos e contribuem para a Segurança no Outside.
EXEMPLOS
Em Waikiki você vê uma infinidade gigantesca de surfistas, Stand ups e canoas havaianas, e até catamarãns, dividindo as ondas. E mesmo assim o índice de acidentes é quase Zero. Porque?
Porque os havaianos têm o mar como a sua casa e procuram respeitar as regras da boa convivência. Sem isso em lugares como Queens e outros seria um morticínio por dia, todo dia.
Então essa seria mais ou menos a lógica.
Eu prático a boa conduta, só vou na boa, em lugares de crowd, quando estou de long eu respeito e quando estou de Sup aumento mais ainda os cuidados.
No limite quando vejo que está muito crowdeado uso a outra boa técnica, procuro por lugares aonde não tenha ninguém.
E com isso costumo surfar em paz comigo e com os outros.
Aprendi no Havaí que o mar é meu lar e que eu tenho a obrigação de contribuir, para que ele seja uma casa bem arrumada.
ENTÃO AS DUAS SAIDAS IMEDIATAS SERIAM EM UM PRIMEIRO MOMENTO: A CONSCIENTIZAÇÃO E A GENTILEZA.
NUM SEGUNDO MOMENTO, UMA MELHOR PREPARAÇÃO DOS PRATICANTES DE TODAS AS MODALIDADES.
FUTURISMO
ALÉM DESSAS DUAS AÇÕES IMEDIATAS, EM UMA TERCEIRA PROPOSIÇÃO MAIS FUTURISTA. DIFICIL, POREM NÃO IMPOSSÍVEL: AS PISCINAS DE ONDAS
ESSAS PISCINAS DE ONDAS seriam, NO FUTURO, muito provavelmente, a única saída para o problema do Crowd?
TALVEZ,
AS OLIMPIADAS E O FUTURO
Quem imaginava há vinte anos que nós tivéssemos o Surf como esporte olímpico.
É quase certo que as Olimpíadas ajudarão a aumentar ainda mais o crowd, sim. Mas as piscinas poderão vir a desafogar os outsiders também.
POPULARIZAÇÃO DAS PISCINAS
Como as piscinas seriam popularizadas?
Com o advento e após as Olimpíadas as piscinas PODERIAM ser implantadas em grandes estádios ou em sítios e fazendas. Onde teríamos, além das disputas de atletas em campeonatos, também o uso pelos surfistas de forma geral.
Lógico, seria pago, porém, as piscinas poderiam ser utilizadas 24 hs por dia e todos as usariam.
Imaginem a quantidade de surfistas por horas, com hora marcada e a preços populares rodando 24 hs por dia, muito money. Seria um negócio viável.
Isso ajudaria a dar vazão ao crescente número de surfistas, além de desfrutarmos de ondas de qualidade.
O futuro sempre vem, e o das piscinas parece que já chegou. Vejam a do Kelly e as duas que estão sendo implantadas no Brasil.
Claro, que hoje para uma elite privilegiada, então a maior dificuldade seria a sua popularização.
Mas vejam o automóvel, o computador e o celular, eles já provaram que isso, é, sim possível.
Então não podemos duvidar.
Peço que divulguem, porém de forma inteligente, com cautela, para não exacerbar ainda mais os ânimos e o tiro não sair pela culatra.
Mahalo
Por:Kleber Batinga