Fábio Paiva recolhe e distribuí doações na região da Barra do Sahy, atingida pelas chuvas no Carnaval.
Um dos pioneiros do Va’a no Brasil, o atleta Fábio Paiva dedica sua vida a ajudar as pessoas por meio do esporte. Fundou, em 2000, a Associação Brasileira de Canoa Havaiana, responsável pela introdução da modalidade em 15 bases espalhadas pelo Brasil, seis delas no litoral de São Paulo, alvo de uma tragédia que causou deslizamentos, mortes e desestabilizou centenas de famílias no feriado de Carnaval.
Atualmente, Paiva divide sua vida entre Santos, onde mora desde os cinco meses, e a Barra do Sahy, em São Sebastião. Nessa cidade do Litoral Norte, mantém um projeto que auxilia crianças de 11 a 15 anos por meio da canoagem, assistência social, apoio psicológico, além de outras atividades. Comovido pelo desastre que atingiu a comunidade, Paiva agora lidera uma corrente de solidariedade no local, com a coleta e distribuição de doações para os atingidos pelas chuvas.
“Fizemos uma festa na sexta-feira, com remada, montamos tendas na praia, 80 crianças participaram. Menos de 40 horas depois, vimos essa tragédia acontecer”, contou o atleta a VEJA. “O primeiro dia foi traumático. Era um cenário de guerra. Muita gente chorando, muitos corpos sendo levados para identificação, muita gente sumida. Então resolvemos dar uma força para essas pessoas para não faltar nada. Começamos uma movimentação, captando recursos e doações.”
Paiva já arrecadou cerca de 40 mil reais em doações. Com esse dinheiro, compra alimentos, água, produtos de higiene, roupas e o que mais for necessário. Depois disso, com a ajuda de amigos e funcionários, roda a Barra do Sahy e locais próximos, como Boraceia e Cambury, para identificar as famílias que mais precisam de ajuda. “Montamos um pequeno exército que está indo a vários pontos da localidade que não tem acesso a ajuda. Chegamos a lugares que só tinham água e açúcar”, relata.
Apesar da corrente de solidariedade que se formou na região, Fábio Paiva conta que algumas pessoas têm usado a tragédia para lucrar. Segundo o atleta, alguns barqueiros cobraram mais de 300 reais para tirar os turistas do litoral norte. Outro teria sumido com 70 cestas básicas que seriam doadas. “Ao mesmo tempo em que estamos vendo a solidariedade, todo mundo da comunidade e o Brasil inteiro ajudando, estamos vendo muita gente se aproveitar da causa. Isso é muito triste. Mas o importante é a gente fazer nossa parte, com seriedade”, diz.
Saiba como ajudar
A Associação Brasileira de Canoas Havaianas está recebendo doações pela chave PIX (CPNJ: 24.534.507/0001-93). É necessário incluir 10 centavos no final do valor para que seja identificado como doação. Também há pontos de coleta em Santos, na ABRACHA (Rua Afonso Celso de Paula Lima, 8) e Canoa Brasil (Rua Afonso Celso de Paula Lima, 16).
Fonte: Veja