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Risco ou desafio no Va’a, a linha tênue entre a imprudência e a falta de investimento 

Neste final de semana tivemos o campeonato Brasileiro de Va’a V6, onde foram coroados os campeões brasileiros da modalidade. 

Na nossa linha editorial decidimos não dar tanta ênfase a eventos e resultados, já que vários outros veículos fazem isso. Na nossa opinião temos assuntos muito mais importantes que cercam a competição do que somente os resultados. Um tema que levamos a sério e que rege nosso editorial, e somos referência é a questão de segurança na água. 

Há tempos já estamos assistindo o anseio e as solicitações dos atletas nos eventos, na questão segurança e organização. Neste final de semana acompanhamos casos muito sérios em relação a gerenciamento de riscos e segurança na água. Relatos de canoas naufragadas, resgates mal feitos, pessoas à deriva no mar e falta de planejamento para resgates eficazes. Sempre ouvimos os atletas pedindo provas desafiadoras, e isso realmente é muito interessante para o desenvolvimento de atletas e para engrossar o caldo das equipes, mas será que todos os envolvidos entendem a diferença entre desafio e risco?

Definições de risco e desafio:

• Um risco é a possibilidade de ficar exposto a perigo ou perda.

• Um desafio é um convite para participar de um concurso ou para provar algo.

Experiência positiva ou negativa:

•Um risco é uma experiência negativa.

• Um desafio é uma experiência positiva.

Perda:

• Em um risco, há uma perda óbvia para o indivíduo.

• Em um desafio, não é assim.

Danos ou expansão de capacidades:

• Um risco geralmente envolve danos.

• Um desafio pode levar um indivíduo a ir além de sua zona de conforto e expandir suas capacidades.

Fizemos este comparativo acima, para deixar bem claro a diferença entre risco e desafio, e o tamanho da responsabilidade de realizar um evento nas condições que os atletas enfrentaram durante esta etapa em Niterói. Nosso intuito com este artigo não é em nenhum momento criticar os organizadores, pois sabemos o quão difícil é trabalhoso e realizar um evento, mas sim expor uma situação que vem acontecendo repetitivamente nos eventos de Va’a no Brasil.

Acompanho o surf há muitos anos, e vou fazer uma analogia ao que acontecia nos eventos da modalidade antes dos organizadores e as instituições investirem na segurança. Todo evento sempre tinha um problema e os atletas, reclamavam muito sobre as condições de mar e segurança, sabe como foi resolvido está situação? Simples, investimento em material humano, pessoas preparadas para gerenciar qualquer tipo de risco na água, com isso além de confiabilidade de patrocinadores este investimento trouxe as entidades autonomia e crédito a todos os envolvidos.

Acompanhado estes últimos incidentes nas competições, sinceramente parece que os envolvidos estão aguardando uma ocorrência pior para fazer este investimento. Não podemos tomar a decisão depois do ocorrido e sim prever antes de acontecer.

Espero que todos envolvidos possam se unir e pensar não em ego ou críticas, mas sim trabalhar seriamente com responsabilidade para criar uma Va’a mais segura.

Segues alguns tópicos que achamos relevante inserir na matéria que seria interessante todos que realizem eventos refletirem:

– Ter Barcos capacitados para a operação de reboque de canoa em condições adversas. E acima de tudo com capacidade para remadores. Deve se ter capacidade extra sempre especialmente em mares grandes.

– Organizador ter coragem de cancelar e alterar percurso, desde que seja voltado a segurança de todos.

– Plano de contingência efetivo

– Especialista em segurança e resgate no VA”A para resolver problemas na água, não apenas salva vidas.

– Nunca, jamais largar atletas no mar! Se a água estivesse fria, a hipotermia seria certa!

Quanto aos atletas: investimento. Uma saia é fundamental em situações como a que foi vivida. Todas as canoas foram inundadas. Com saia isso não teria acontecido.

Pesquisa sobre os eventos:

Com intuito de melhorar a estrutura e entender a visão dos atletas nestes eventos, criamos um formulário abaixo, que será disponibilizado tanto para os organizadores e todos que tiverem interesse:

Clique aqui e nos ajude a formar um Va’a mais seguro!

Alex Araujo
Alex Araujo
Alex Araújo é um dos pioneiros em criação de conteúdos esportivos na internet. Atua neste mercado desde 1996 como editor de renomados sites como CAMERASURF, SURF-REPORTER e nas revistas PARAFINA MAG e SUP MAG, e já colaborou com artigos nas Revistas Fluir, Inside,Hardcore e no Jornal Drop.
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4 COMENTÁRIOS

  1. Um desafio é uma meta ou objetivo a ser alcançado, enquanto o risco se relaciona com a possibilidade de ocorrerem consequências negativas em uma ação ou decisão específica. No entanto, é importante observar que certos DESAFIOS podem conter elementos de risco, dependendo das circunstâncias envolvidas. E dentro do esporte da canoa havaiana, onde a práticado em mar aberto, os riscos são bem altos e não são desconectados do desafio.

  2. Exatamente isso!

    Parabens pelo resumo serio e assertivo sobre o que aconteceu no Brasileiro de V6 em Niteroi nesse Sabado, 17 de Junho de 2023.

    A hora agora eh de agradecer a Deus por nao ter havido um tragedia de grandes proporcoes e AGIR para eliminar, definitivamente, TODAS as causas-raiz do problema, criando um protocolo minimo de Seguranca e Prevencao de Riscos para todas as futuras provas, em qualquer condicao climatica e em qualquer mar, rio ou lagoa aonde venham a ser realizadas.

  3. Prezados, boa tarde! Perfeita colocação!!! Parabéns pelo posicionamento. Agora, que se tomem as providências, pois já, que o público presente estava confortável, com uma boa estrutura física na praia, é de derradeira vergonha, o que os atletas passaram na água! É inadmissível, a forma como os resgates foram feitos. É inadmissível, a falta de informação dos que estão em terra, sobre os atletas familiares que estão na água! É inadmissível, o tempo decorrido para as tomadas de decisões! Não estamos procurando culpados, e sim, que essa vergonha não se repita! Por favor, respeitem o esporte! Assisti ao último, não sei a competição que foi, mas creio ser na Polinésia Francesa, e por respeito, a prova só teve início após uma “oração”. Devemos desafiar sim, mas também, respeitar com sabedoria as adversidades! Lutemos por um esporte seguro e saudável! ALOHA!!!

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