Verão chegando em com ele chega a temporada de águas vivas, saiba como agir e como tratar uma queimadura.
Nesta época as praias ficam cheias de banhistas e a incidência de casos com queimaduras de água viva aumentam bastante.
Conheça os tipos de água viva com casos mais comuns em nossos litorais e como agir em caso de queimadura:
Embora pareçam uma flor delicada dançando livremente no mar, ao mínimo contato com a pele humana, as medusas liberam uma substância tóxica, que causa dores fortes na vítima. Na verdade, não é um ataque; trata-se antes de um mecanismo de defesa da espécie, uma resposta involuntária a uma sensação de ameaça em seu habitat natural. Nos últimos anos, os biólogos têm estudado esses animais com atenção para sabermos cada vez mais sobre eles.
Em 2016, um estudo internacional, coordenador por um pesquisador brasileiro, catalogou 958 tipos de medusas em mares sul-americanos – ainda assim uma pequena parcela de um total de 5 mil espécies que se acredita que existem por todo o mundo. São espécies de diferentes tamanhos, que podem medir de 1 milímetro a mais de 1 metro de diâmetro, de diversas cores e formas, uns mais venenosos do que outras. Em comum, têm o corpo gelatinoso, os tentáculos e a beleza característica.
Duas das espécies mais comuns de medusas em águas brasileiras são as águas-vivas e as caravelas. No post de hoje, explicamos as principais diferenças entre ambas, mostramos como você pode reconhecê-las e ainda como pode prevenir acidentes com esses animais, para curtir o Verão despreocupado. Quer saber como? Continua a leitura!
Águas-vivas vs. caravelas: semelhanças e diferenças
Águas-vivas e caravelas pertencem a um mesmo grupo de animais – o dos cnidários, palavra grega que significa “urtiga que queima”. Ambas têm tentáculos e um corpo gelatinoso. O que as diferencia é essencialmente o tamanho e a cor (ou a ausência dela). Vejamos.
As caravelas, cujo nome científico é Physalia Physalis, contam com tentáculos que podem chegar a até 40 metros de comprimento e dois de diâmetro – aliás, o nome “caravela” ou “caravela portuguesa” deve-se à semelhança desse animal com a embarcação do mesmo nome, que chegava a ter 25 m de comprimento. Já as águas-vivas, em geral, são menores, embora também variem de tamanho. É preciso ter em atenção que, quanto maior for o tentáculo, mais grave pode vir a ser a lesão que os cnidários causam na pele humana, com machucados, chamados popularmente de “queimaduras”, que podem ultrapassar os vinte centímetros de diâmetro. Portanto, as caravelas são mais perigosas e, em casos raros, podem mesmo ser fatais para a vítima.
Como já adiantamos, além do tamanho, é possível distinguir a caravela da água-viva pela cor. A água-viva é transparente, difícil de enxergar na água, passando frequentemente despercebida. Já as caravelas apresentam uma bolsa de cor púrpura ou azulada que flutua acima da linha da água, sendo facilmente visível.
Ambas são capazes de envenenar a pele humana. Os seus tentáculos injetam uma substância tóxica, a partir de células microscópicas, que causam dores e lesões parecidas com a de uma queimadura. Trata-se na verdade de uma reação alérgica do nosso organismo, que, em casos mais graves, pode vir acompanhada de arritmias, náuseas e necrose do tecido. Outra característica em comum é a capacidade de envenenar até 24 horas fora da água, na areia da praia.
As espécies mais venenosas de águas-vivas pertencem à classe Cubozoa. Entre elas está a Chiropsalmus quadrumanus, que chega a ter mais de 10 centímetros de diâmetro e é uma das mais comuns no litoral de Santa Catarina.
Fui envenenado. O que fazer?
Os cuidados imediatos depois de uma lesão por água-viva são importantes para evitar um maior estímulo do processo inflamatório. A recomendação é lavar a região afetada com água salgada e, sobretudo, gelada, pois a temperatura controla a dor.
Além disso, após os cuidados iniciais, deve-se manter a região ferida por água-viva limpa e longe do sol, pois a radiação estimula uma inflamação mais intensa no local lesionado. A proteção solar também evita o aparecimento de manchas residuais, e deve ser aplicada a cada duas horas.
Já nos dias seguintes ao envenenamento, a indicação é fazer compressas com vinagre, soro fisiológico ou água termal, sempre na temperatura gelada, para aliviar o ardor e os sintomas.
Dependendo da intensidade do processo inflamatório, será prescrito analgésico, corticoide ou antibiótico. Para isso, o tratamento das manifestações na pele decorrentes do acidente por água-viva deve ser orientado por um dermatologista.
Aprenda a cuidar da lesão
Preparamos uma lista para desvendar os mitos e as verdades relacionadas aos procedimentos que devem ser tomados após uma lesão por água-viva.
O recomendável é apertar a pele com a unha para retirar os tentáculos? Álcool desinfeta a região envenenada? Urina bloqueia o efeito da toxina? Devo esfregar com sabonete para retirar o veneno? Tire as suas dúvidas com as orientações abaixo.
- MITOS
- Lavar com água doce: piora o envenenamento por estimular a liberação das toxinas dos tentáculos da água-viva
- Urinar no local lesionado: tem ação irritante e agrava os sintomas de irritação e inchaço na pele
- Limpar com sabonete: promove a saída do veneno que pode estar retido nas células dos tentáculos
- Usar limão: aumenta a irritação local e provoca mais inchaço e vermelhidão
- Desinfetar com álcool: é um agente irritante que piora a dor
- Higienizar com água quente ou morna: amplia a vermelhidão e o inchaço
- Esfregar para tirar o veneno: irrita ainda mais o local lesionado por aumentar a vasodilatação
- Apertar a pele com a unha para retirar os tentáculos da pele: impulsiona a liberação das toxinas
- Tomar sol à vontade após a lesão: prejudicial porque o local está inflamado e dolorido
- VERDADES
- Lavar com água do mar gelada: tem efeito anestésico
- Limpar com soro fisiológico gelado: ajuda a aliviar a dor
- Remover os tentáculos com pinça: delicadamente, sem apertar a pele
- Banhar com vinagre: o ácido acético neutraliza a ação das toxinas e tem efeito calmante
- Fazer compressa com água gelada: depois de remover o veneno, para atenuar o efeito dolorido
- Passar protetor solar na região lesionada: após limpeza, a fim de evitar que a radiação intensifique o processo inflamatório
- Evitar o uso de perfumes: pode irritar ainda mais a pele
Muito boas as dicas