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O Instituto VAA para o mar precisa de ajuda.

Instituto VAA para o mar precisa de ajuda

Aloha galera, meu nome é Douglas Moura, sou remador a mais de 17 anos, um dos pioneiros do esporte em Niterói, ex-atleta de provas locais e internacionais, desbravador de inúmeras rotas de canoa polinésia e hoje me dedico a duas paixões principais: O desenvolvimento seguro da modalidade da canoa a vela no Brasil e também ao Instituto VA’A para o Mar.

Meu amigo Alex Araújo, ao saber da nossa luta com o projeto me incentivou a escrever essa matéria para mostrar um pouco do nosso trabalho e quem sabe assim conseguir ajuda para levar o projeto para frente.

Desde 2019 dou aula para crianças e adolescentes gratuitamente no município de Niteroi. Tudo começou com um grupo da Escola Municipal Santos Dumont, no bairro de Fatima de Niterói.

Levei o projeto para dentro da escola e atendi cerca de 30 crianças. Dessas crianças entre 13 e 17 anos, 8 tiveram aptidão para o esporte e começaram a competir localmente levando títulos e bons resultados, mais do que isso, levando disciplina, raça, espírito de equipe, liderança e muitos outros aspectos que o esporte ensina. Valores que são levados para dentro de casa.

Instituto VAA para o mar precisa de ajuda
O Instituto VAA para o mar

Veio a pandemia e o projeto precisou parar.

Eu me mudei para Jurujuba, uma vila de pescador aqui no município de Niterói. Quando cheguei aqui, comecei a remar e conheci o Geovanne, um morador local daqui que me perguntou como faria para poder remar, ele e seu sobrinho, o Kauha na época com 14 anos.

As canoas eram algumas OC1s, 1 V1 e uma OC2, tudo emprestado por amigos. Nascia ali o Kamuhana JurujuVAA, o nome escolhido pelos próprios alunos.

Eu sempre tive comigo que preciso retribuir para o Oceano tudo aquilo que ele sempre fez por mim. O Oceano sempre foi a minha fonte de felicidade, desde 8 anos tenho minha prancha de surf e ela é a minha razão por ter me apaixonado tanto pelo mar. Hoje além de ser a minha fonte de felicidade é também a minha fonte de renda, através de cursos, projetos de exploração, clube de canoa polinésia, o Icarahy Canoa Clube. Um clube focado em segurança no mar e no lifestyle.

A forma que eu encontro de retribuir para o Oceano é dando oportunidade para aqueles que não podem pagar, praticar a canoa polinésia, e aqui em Jurujuba faz total sentido. O remo sempre foi a principal forma de pescar durante muitos e muitos anos, e até hoje ainda tem muitos pescadores que diariamente pegam sua baleeira (tipo de embarcação) e vão remando para pescar e trazer o sustento de sua família.

É muito lindo estar remando e de repente ouvir: Oi meu Netinho!!! Oi Vôooooo!!!

No ano 2020, no meio da pandemia decidi que era hora de formalizar o projeto e criar o Instituto VAA para o Mar. Criamos nosso CNPJ e com isso juridicamente passamos a existir. Deixamos de ser apenas uma vontade, um projeto, para sermos uma Instituição.

 Continuamos treinando os meninos apenas com nossos equipamentos, OC1, V1 e OC2 emprestada. Remos, emprestados também.

Fizemos diversas palestras para os alunos e alunas e em março de 2022 o Marcelo Esquilo nos emprestou uma canoa e doou 5 remos para o projeto além de ter colocado um professor de educação física. Obviamente isso tinha um prazo, de um ano. Que se espira agora.

Instituto VAA para o mar precisa de ajuda
O Instituto VAA para o mar

Nesse meio tempo, os meninos foram campeões Estaduais, Brasileiros. Foram classificados para ir para o Mundial e para o Pan Americano, mas devido a falta de apoio tanto da prefeitura de Niterói bem como das entidades Federativas do nosso esporte, não puderam ir. Não houve recurso financeiro e as entidades não correram atrás para sequer tentar alojamento para os meninos.

Meu coração apertou. Eu estava no meio do Oceano, fazendo uma travessia entre a Colombia e o Caribe a trabalho em um veleiro a vela, tomando ondas de 5, 6 7 metros na cara, ventos de mais de 50 nós (quase 100km/h) contra e quando cheguei em terra, precisava de 600 dólares para inscreve-los em cerca de uma semana no mundial em Londres. Impossível.

No Pan Americano a mesma coisa. Os meninos classificaram, pedi na prefeitura de Niterói o recurso para o Instituto e meu pedido foi negado. Cheguei a pagar as inscrições através de uma Vakinha on line, mas não houve recurso para o restante das despesas

Cada campeonato fora de Niterói, mas dentro do Estado do Rio de Janeiro, entre alimentação, viagem, hospedagem, aluguel de canoa e etc não sai por menos de 3 a 5 mil reais. Em um ano de 5 etapas estamos falando de algo perto de 30 mil reais.

Estamos em um momento crítico. A canoa do Esquilo será devolvida agora me Março, e graças a Deus o tradicional clube do Rio de Janeiro, Rio VAA se sensibilizou (Obrigado Igor Lourenço!!!) e vai nos emprestar uma canoa. Contudo precisamos da nossa canoa para não ficar sempre preocupados com o amanhã.

Não temos recursos para continuar pagando o professor. E eu, Douglas, irei para a água, vou arranjar um tempo dentro do meu tempo para além de ser Gestor do projeto, ser professor também. É muita dedicação que as vezes a gente pensa: Eu to duro, não tenho grana direito, e por que faço isso? Seria mais fácil parar e trabalhar com aquilo que eu ganhe algo.

Rapidamente esse pensamento vai embora porque não posso deixar esse projeto morrer. Deixa as contas atrasar, deixa tudo. Tá tranquilo. O que não deixo é esses alunos e alunas que passaram a amar o VA’A sem aula.

Instituto VAA para o mar precisa de ajuda
Instituto VAA para o mar precisa de ajuda

Hoje nossos alunos e alunas já estão prontos para o mercado, já são instrutores alguns, os maiores de idade indo fazer o Arrais Amador e tendo que estudar para fazer o ENEM e entrar em uma universidade parceira, a IBMRNiteroi.

É uma luta diária manter a motivação desses meninos que nunca são olhados por ninguém das entidades federativas do nosso esporte, talvez porque eles não geram renda para os organizadores. E eles ganham mas não levam. Mantenha a motivação de jovens de 14, 15, 18 anos sem dar o que de fato é deles, o direito de estar na raia com os melhores do mundo, do continente por causa de falta de recursos. Como mostrar para eles que eles são iguais? Não, não são. Por mais que eu tente mostrar e dizer que são, não são. Poucos olham para eles como olhariam se fossem nascidos na Zona Sul do Rio de Janeiro ou de Niterói.

Niterói possui mais de 50 bases de canoa polinésia, bases ricas, e não há um  trabalho social regular aqui. Mesmo nós sendo pobres, dividimos o que temos, ainda que a fatia do bolo seja pequena, todos poderão comer um pouco.

Não ter recursos fica muito complicado. É muito coração envolvido, muito mesmo.

Hoje temos alunos de 8 a 60 anos e isso é o mais legal. Não é um projeto social para adolescentes ou crianças, mas sim para todos. Entendo que muitas vezes os pais desejam remar, contudo não tem grana para pagar uma escola de canoa polinésia, visto que seu dinheiro está todo aplicado nos custos de vida do dia a dia.

Esses alunos e alunas costumo dizer que são meus filhos do mar. Filhos que eu não tive biologicamente, o Oceano me deu.

E por eles eu luto, como um guerreiro, e por eles eu escrevo essa matéria, e termino humildemente pedindo ajuda para você empresário que queira ajudar, para você irmão e irmã remadora que queria ajudar.

Pedir é difícil pois há muito julgamento sobre o uso do dinheiro, a desonestidade e eu realmente entendo. Alguns brasileiros criaram várias ONGs com o intuito de enriquecer sem trabalhar. Não é o nosso caso, quero mostrar para todos que existem ONGs boas que trabalham muito mais pela ideologia do que pelo dinheiro. Professores, gestores merecem receber sim, mas pelo seu trabalho! Estou aqui pois somos honestos, toda contribuição cai direto na conta do Instituto, nada vai para mim, e tudo há prestação de contas.

Se você acredita no que acabou de ler, da aquela força. Todo real é bem-vindo, e toda ajuda para divulgar é bem-vinda também!

Deixo aqui o Pix do projeto: 39647477000107.

Agradeço a todos aqueles que já contribuíram de alguma forma para o projeto e faço questão de listar:

  • Lifesaboat;
  • Waka;
  • F21;
  • Investsmart XP;
  • Esquilo Esports;
  • CEM Jurujuba;
  • Icarahy Canoa Clube;
  • Imua VAA;
  • IBMR Niterói.
  • Rio VAA

Agradeço também ao meu irmão Alex Araújo pelo espaço e amizade de sempre!

Aloha,

Douglas Moura Coelho Filho.

CPA.

Alex Araujo
Alex Araujo
Alex Araújo é um dos pioneiros em criação de conteúdos esportivos na internet. Atua neste mercado desde 1996 como editor de renomados sites como CAMERASURF, SURF-REPORTER e nas revistas PARAFINA MAG e SUP MAG, e já colaborou com artigos nas Revistas Fluir, Inside,Hardcore e no Jornal Drop.
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