Inclusão nas Águas: Paratleta Robson de Souza desenvolve Canoa Polinésia Adaptada para atender Pessoas com Deficiência.
O lançamento da OC6 ACCESS, a primeira canoa adaptada do mundo, é o resultado da união e do trabalho do Robson, do Valério Sidarta, engenheiro, e do Haroldo Vibe, da Vibe Ocean Canoe, fábrica de Canoas e caiaques com sede no litoral sul paulista.
Um sonho realizado! Esta é sem dúvida a melhor maneira de iniciarmos a história deste projeto que é pioneiro no mundo. A primeira canoa havaiana adaptada para pessoas PCD foi para água pela primeira vez em fevereiro, na praia do Centro de Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo. Nesta primeira experiência da OC6 Access, estavam presentes na canoa cinco cadeirantes e um andante PCD.
“Foi Mágico” conta Robson de Souza, paratleta e um dos idealizadores deste projeto. Ele é quem conversa conosco e conta um pouco mais sobre a OC6 ACCESS. “Eu levei a ideia do desenvolvimento dos equipamentos, dos bancos na canoa, bancos PCD, iacos e amas. O Haroldo, da Vibe Ocean, cuidou da fabricação, desde mão de obra até acabamentos e o Valério, Engenheiro, participou no desenvolvimento da ideias junto comigo. Tudo pensado com destreza e profissionalismo, atendendo as normas de segurança e cuidados com PCD.”
A emoção pela estreia da OC6 ACCESS fica ainda maior quando a gente conhece um pouco mais sobre o Robson. Nosso entrevistado nasceu em SP por opção hospitalar e desde criança é morador do litoral paulista, atualmente reside em Caraguatatuba pelo motivo da acessibilidade. Aos 45 anos ele se dedica em tempo integral ao esporte inclusivo, atuando como Palestrante e Consultor, em Turismo, Esporte, Lazer e Acessibilidade. Um verdadeiro amante das águas e grande conhecedor do assunto, afinal, ele descobriu na prática sobre a importância desta inclusão.
Em 1998, Robson de Souza se tornou uma pessoa com deficiência após um acidente de carro em Ubatuba, SP. Ele estava retornando de uma sessão de surf quando o motorista, ao realizar ultrapassagem em uma curva na Praia Grande em direção à Praia das Toninhas, colidiu de frente com outro veículo que vinha no sentido contrário. Como resultado, Robson sofreu uma lesão na cervical que o deixou tetraplégico, perdendo a capacidade de mover as pernas. Apesar da gravidade do acidente, ele sempre otimista fala “perdi os movimentos das pernas mas não perdi os movimentos da mente”.
Apenas um ano após o acidente, em 1999, Robson de Souza já havia criado o projeto “Mão na Borda”. Seu objetivo era fabricar pranchas de surf adaptadas, permitindo-lhe retornar ao mar e surfar nas ondas, buscando não apenas recuperação física e motora, mas também uma melhoria em sua qualidade de vida. Sua determinação incansável foi recompensada, e gradualmente, este notável campeão começou a se recuperar.
“Eu era tri atleta e surfista, sempre amante da natureza, do limão fiz uma limonada. Dei a volta por cima! Fundei uma associação que se chama Surf Especial, no qual fui presidente durante anos e também fui diretor esportivo da ONG Aventura Especial por longo período, participei de diversos eventos, congressos, cursos, palestras e feiras, aonde fui expositor e palestrante.” E a partir do seu trabalho e dedicação, Robson desenvolvou mais de 18 pranchas de surf adaptadas para todos os tipos de deficiência, no desejo de inserir pessoas com ou sem deficiência junto ao que ele chama de “O fascinante mundo do esporte”.
Agora, a bola da vez foi o desafio de desenvolver e construir a primeira Canoa Polinesia adaptada e acessível do mundo. A Canoa é toda equipada para não haver acidente e existem bancos confortáveis e acessíveis para locomover as pessoas, de maneira a manter o equilíbrio de tronco ou alguma outra comorbidade. O propósito é promover o esporte e o lazer acessível, já que muitas vezes pessoas PCD enfrentam falta de oportunidades. Agora, com a disponibilidade desses equipamentos adaptados, torna-se viável e atrativo.
Praticante de oito modalidades náuticas e quatro terrestres, ele também relata as diversas lutas diárias, como manter o condicionamento físico, cuidar da casa, do corpo e da mente, sempre com bom astral, pois acredita que o limite está dentro da cabeça da pessoa acomodada. Nos explicou ainda que a Talassoterapia – um tipo de terapia que utiliza elementos naturais do mar – foi o principal impulsionador na sua recuperação, e não à toa, ele deseja compartilhar este estilo de vida com todos que precisam.
Os eventos deste gigante já foram levados para várias regiões do Brasil, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Norte, Nordeste, Minas Gerais, interior de SP, Brasília, entre outras cidades e estados. Apesar de alguns desses lugares não terem acesso ao mar, o projeto inclusivo e acessível foi adaptado para incluir lagos, represas, lagoas e rios. Também são realizadas atividades de Supterapia em piscinas, clínicas e centros esportivos.
O lançamento da OC6 ACCESS foi encontro aberto e acessível, onde estavam reunidos pessoas PCD, familiares, amigos, simpatizantes, médico, enfermeira, educadores físicos, fisioterapeuta, voluntários, apoiadores, empresários, Instituto e Associação. Houve muito acolhimento, conforto, e ótimas conversas, acompanhadas de um café da manhã completo e muito saudável.
A Vibe Ocean Canoe, empresa fabricante da OC6 ACCESS, relatou emocionada em suas redes sociais “O sonho virou realidade. A primeira canoa PCD do mundo! Fabricada sob a batuta de quem realmente entende das necessidades, o Robson. Um projeto que levou 2 anos e meio para ficar pronto, mas finalmente foi para água.”
Uma parceria incrível em prol da primeira canoa acessível do mundo! Em breve teremos mais novidades sobre a OC6 ACCESS e suas aventuras. A meta agora é fazer esta mensagem chegar o mais longe possível, desbravar os mares por aí e fazer muita gente feliz.
Por: Daniele Murillo
Acompanhe e apoie o trabalho do Robson através de suas redes sociais: @robsonsurfadaptado e @canoaadaptada – Contato 12 99260-7629
Saiba mais sobre a Vibe Ocean Canoe em www.vibeocean.com.br