Aloha auinala! Hoje tem treino de va’a e remaremos na Mahalo. Não sei se irei no vogah vendo as ondas cortarem no palikai. Atenção: ho’omakaukau… hoe, quantas palavras e frases vindas de idiomas polinésios você já ouviu e usou desde que começou a praticar canoa havaiana? Dentre as mais conhecidas, aloha, ia ora na, mahalo, mauruuru, ohana e imua são as mais comumente utilizadas.
Além destas expressões, divindades mitológicas, lugares e elementos da natureza são utilizados para designar clubes, equipes e canoas, dentre as quais listamos algumas mais vistas: Aumakua, Hoku, I-kona, Kanaloa, Koru, Lokahi, Moana, Rapa Nui, Wahine entre outros.
O uso dos termos e nomes polinésios é apenas um aspecto que caracteriza a canoa havaiana no Brasil. A conservação de alguns elementos da cultura e da filosofia faz parte do dia-a-dia de muitos clubes reproduzindo, por exemplo, o ritual de batismo de canoas conforme é realizado nas ilhas polinésias.
Mas, o que mais se destaca ao observar as bases e clubes de canoa havaiana no Brasil é o espírito va’a. Nesta expressão entende-se um comportamento de respeito à canoa; ao mar/rio ou onde a canoa navega; à natureza e ao próximo. O relacionamento respeitoso entre remadores, bases, equipes vai além da ‘política da boa vizinhança’, em que se vê com muita frequência atletas competindo em equipes rivais num dia e em outro compondo o mesmo time. É comum que remadores sejam acolhidos em distintas bases por todo o Brasil durante expedições e travessias e também vemos o compartilhamento de experiências profissionais entre treinadores como uma prática habitual.
Que o espírito va’a permaneça aceso entre toda a ohana da canoa polinésia. Hau’oli makahiki hou!
*se ficou curioso com os termos havaianos utilizados neste texto, veja o site: wehewehe.org
Por: Nany Lima