Quando falamos em expedição, logo vem à cabeça uma forma de passear, remar, praticar uma atividade física, agregada, em conjunto com o lazer, incentivando o turismo náutico e incluindo suas belezas naturais. Existem diversos tipos de expedições. Eu participei de algumas e me senti muito feliz. Foi inesquecível. Mas, nessa de que eu participei (e que foi citada), tive a oportunidade de remar 03 pernas. Total de 01h50, direto, sem troca pra mim que sou um tetra lesado medular. Foi super especial e inesquecível.
Nos reunimos na Praia do Arrastão, na Cidade de São Sebastião, no Litoral Norte Paulista, precisamente às 04:30 da manhã. Nos preparamos e zarpamos em direção à paradisíaca Baía dos Castelhanos. Remamos na modalidade Oc6 em formato Catamarã, seguindo todos os protocolos C19. Na expedição, fomos acompanhados por um barco de apoio que acomodou 30 tripulantes à borda. Lá, estava incluso Café da Manhã, Almoço e Lanche da Tarde… Todos os tripulantes se sentiram bem acomodados dentro e fora da Canoa. A energia foi tão boa que até quem não era de remar remou, somando um total de 30 pessoas. Esse é o espírito de união. No percurso de 80 km, passamos pelas praias Pacuíba, Jabaquara, Poço, Fome, Serraria, Guanxuma, Saco do Eustáquio e Castelhanos, e ainda fomos abençoados com a aparição de uma linda Baleia que, acompanhada de seus filhotes, emocionou muito as pessoas ali presentes.
O mar estava com condições favoráveis, o dia estava muito lindo, desde a saída até a chegada. Isso mostra o quanto o profissionalismo e a preocupação com a segurança têm que estar juntos quando se organiza uma expedição, se tratando de vidas à bordo da embarcação.
Sobre as remadas e trocas, foram todas cronometradas, estudadas pela Capitã Geórgia Michelucci, que comprometeu-se com as pessoas ali presentes, sempre de uma forma gentil e harmoniosa. Havia pessoas para que ninguém ficasse sem remar e/ou experimentar e sentir essa sensação tão gratificante. Eu fui um deles, e curti bastante: não queria sair do meu banco 04 rs.
Na expedição, havia participantes de outras cidades do litoral paulista e estado, diferentes integrantes do D.F… Uma integração receptiva e social.
Sobre Castelhanos
A Praia de Castelhanos fica a 22 quilômetros do centro de Ilhabela. No século passado, os escravos eram levados por uma trilha até o outro lado da ilha para serem vendidos aos senhores. Após o fim efetivo do tráfico, anos depois, a região foi reformada e alargada para constituir um acesso fácil à baía, só com carro 4×4, a pé ou agências de turismo especializadas.
Entrevista a Geórgia, organizadora da expedição.
Qual o objetivo do Projeto Canoa Para Todos?
O objetivo do P.C.P.T é fortalecer o relacionamento, respeito e sincronia em diversos níveis. Entre eles, consigo mesmo, com o próximo, com a natureza e, como resultado, com Deus.
O que a Canoa significa pra você?
Uma relação entre o corpo, mente, alma e espírito… Mais do que uma navegação, é um estilo de vida… Vida dos povos do mar.
E sobre o seu espírito competitivo? Quer falar um pouco sobre isso?
Desde criança, pratiquei diversos esportes e sempre me envolvi em competições. Tenho um espírito coletivo e gosto muito do “JUNTOS”, e não foi diferente na Canoa. Sempre digo que a Canoa me escolheu porque, de repente, eu estava dentro dela desfrutando da sensação mágica que ela me proporciona até hoje… Na verdade, a Canoa selou a sensação da palavra “JUNTOS”, na qual “JUNTOS VAMOS MAIS LONGE”.
Me fale um pouco sobre as expedições que você realiza e nas quais você se sente muito feliz.
É exatamente no “MAIS LONGE” que entram as EXPEDIÇÕES que realizamos há diversos anos. É nesses moldes, de encontros na Canoa, que vivemos o verdadeiro ESPÍRITO VA’A, em que o objetivo comum é comum a todos. É de chegarmos, e mais: com uma formação integral da Canoa juntos em novas terras, integrando adultos, crianças, adolescentes, idosos, P.c.D’s, somando, assim, todas as capacidades.
Que demais, Geórgia! Obrigado pela entrevista. Sendo assim, a encerro com muito orgulho de fazer parte desse universo. Até a próxima. Aloha!
Por Robson Careca, atleta e waterman adaptado, colunista do Site Paddle News e Revista Paddle Mag.