Instruções sobre a prática e interação com o meio líquido – O que nos motiva a buscar novas atividades? Muitos podem ser os motivos que levam as pessoas a praticar exercícios e atividades físicas: uma recomendação médica, gosto por atividades práticas, melhora da saúde física e emocional, conhecer/ser parte de grupos de pessoas, até o ímpeto de fazer a ‘atividade da moda’.
Independente da motivação que leva o indivíduo a optar por esta ou aquela prática é importante que se tenha algum tipo de relação com a atividade e com o local onde ela é executada. Além de avaliar se possui preparo físico mínimo necessário para realizar as tarefas requeridas, o praticante deve estar apto emocional e psicologicamente para permanecer confortavelmente no ambiente. Por exemplo, parece muito entusiasmante escalar altas montanhas, mas, para fazer isto, é necessário sentir-se bem com a altitude, com o vento e o frio do cume; para fazer montain bike não se deve importar com a possibilidade da lama por todo o corpo, com a terra no óculos, ou com a queda causada pelo buraco no caminho.
Uma coisa é descobrir se você gosta ou não da atividade praticando-a. Outra coisa é saber o que esperar da prática escolhida e analisar se sua segurança (e até sua vida) pode estar em risco ou não. No caso da canoa polinésia, não é suficiente que o remador tenha bom condicionamento físico e boa técnica, é necessário também que ele goste e saiba como lidar com o seu corpo dentro da água.
Na canoa havaiana, uma das situações de risco é o huli (emborcamento). O desfecho pode ser simples e fácil como pode custar uma vida. Por isso, há instrutores/condutores que pensam que omitir a possibilidade do huli seja uma atitude ‘sábia’, pois, não assusta os novos praticantes. Mas, é na verdade, no mínimo, ‘mentirosa’. Por isso, um clube ou base de canoa que respeita os praticantes e sua integridade avisa, instrui e controla a situação. É fato que as atividades realizadas ao ar livre apresentam mais riscos do que os exercícios e esportes convencionais por causa da imprevisibilidade dos elementos da natureza e, exatamente por este motivo que os eventos adversos precisam ser conhecidos e bem gerenciados.
Sendo assim, até agora falamos nesta “série de dicas para novos praticantes” sobre:
1- Conhecer o local da prática e os condutores da atividade;
2- Equipamentos individuais que aumentam a segurança na prática de VA’A
3- O que checar na canoa antes de sair para remar.
Todos as dicas anteriores culminam para o ponto onde chegamos: a hora de entrar na canoa e remar. Diríamos que se você conhece bem os três itens anteriores, falta pouco! Confira as próximas dicas:
- Relação do remador com a água: faça uma autoanálise sobre como reage quando está em contato com o meio líquido, identificando como você se sente (natural, alerta, desconfortável, com medo). Identifique seu nível técnico de natação (não sabe, iniciante, intermediário, avançado). Por fim, se nunca experimentou, coloque um colete auxiliar de flutuação e vá para a água, para sentir como é boiar e se deslocar usando um implemento.
A inabilidade com o meio líquido ou não saber nadar não devem ser impeditivos para a prática de canoa havaiana, mas, devem ser um sinal de alerta tanto para o praticante quanto para o responsável da atividade. Caso não saiba nadar, crie condições de ampliar seu repertório de habilidades no meio líquido (por exemplo, faça algumas aulas de natação). É importante que você deixe claro se não souber nadar e caso o professor/instrutor não pergunte, informe-o e diga à pessoa que estiver conduzindo a atividade como você pode reagir se estiver em contato com o meio líquido para que ela saiba o que esperar se você entrar na água intencionalmente ou não.
Geralmente, a pessoa com menor experiência na prática e/ou menos habilidade no meio líquido rema no banco mais próximo ao leme, o qual pode dar um auxílio extra numa situação emergencial.
- Instrução de remada clara e honesta: supondo que você esteja na primeira instrução de remada de sua vida, o que precisa saber?
– Minimamente deve aprender a usar o remo, entender como funcionam as trocas de lado das remadas, conhecer os comandos usados para começar/parar de remar e observar o movimento para entrar e sair da canoa e o lado correto para fazê-lo, se possível treinar em terra;
– Sabendo o básico sobre a execução da remada, deve aprender a usar o colete flutuador;
– Deve ser informado e instruído de como proceder para evitar que a canoa emborque e o que fazer numa situação de huli;
– Ser comunicado sobre o percurso da atividade e a duração, o que pode encontrar no caminho e como proceder em cada situação (exemplos: o que fazer se avistar animais marinhos, se deve ou não recolher lixos flutuando próximo à canoa, se será permitido ou não mergulhar durante a atividade, etc.) e
– numa instrução cuidadosa, feita aos marinheiros de primeira viagem, os remadores devem ser perguntados se sabem nadar, como se sentem em contato com a água e se tem experiências em outras embarcações a remo.
Você não vai sair sabendo remar após as primeiras instruções (o que irá aprimorar com o tempo de prática), mas, terá condições de agir corretamente caso alguma situação adversa aconteça. Ter habilidades extras na água pode ajudar muito se um incidente ou acidente chegar a ocorrer, portanto, comunique o responsável se você praticar outros esportes aquático, se possuir conhecimentos de navegação/normas náuticas e etc.
Mas, lembre-se que independente dos seus conhecimentos ou habilidades, nas embarcações de qualquer tipo e porte, a voz do capitão (que pode ser o leme ou não) é ‘lei’. Ele ou ela é a autoridade máxima da canoa e deve ser ouvido e respeitado e, por isso também, você deve fazer uma boa escolha em quem irá depositar a sua confiança quando estiver escolhendo um clube/base para praticar canoa polinésia.
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