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Travessia de canoa polinésia de Saquarema à Jurujuba

Nos dia 19/10/2020 os amigos Douglas Moura, Gustavo Alvarenga e Bruno Torquato concluíram com sucesso o objetivo de remar de Saquarema de V3.

Esse objetivo foi lançado por Douglas assim que sua canoa V3 LifesaBoat chegou em Jurujuba, e aí era o equipamento perfeito para as travessias voltarem com força nos seus objetivos, e sem dúvida Saquarema a Jurujuba é uma pista incrível nas condições certas!

Em primeiro lugar, o Downwind seria fundamental, o vento Leste entra com uma certa constância, então era uma questão de aguardar a janela boa.

Depois, quem seria a tripulação? Seriam 80 km sem apoio, provavelmente sem desembarque.

Essas duas perguntas deveriam ser respondidas exatamente nessa ordem.

Marquinho Monteiro foi o homem de confiança para o call, se daria ou não daria para entrar no mar e se as condições realmente eram as ideais.

Marquinho, além de super casca grossa no mar, um cara dos mais humildes que existem. O cara está sempre disposto a ajudar aqueles que sabem chegar.

No dia 13/10 surge uma condição no radar. Ventos de 15 a 20 nós durante todo o dia, de Nordeste de manhã para Leste ao longo do dia. E 1.5 de ondulação também, o que deixava a saída do canal um ponto de interrogação na cabeça.

Marquinho deu o call que a principio daria. Dia 16/10, o vento alinha mais, mas o mar ganha mais tamanho. O call de Marquinho continua verde.

Beto Vaz também foi outro ponto de apoio fundamental passando os reports do point diariamente e afirmando que a gente passaria pelo canal e que depois seria só ir.

Agora era hora da tripulação.

Quem chamar? Quem confiar para um objetivo desse? E se der problema a pessoa está apta a segurar a onda mesmo na situação mais critica?

Além disso, o físico e o psicológico tem que aturar, o estimado eram de 8 a 10 horas de viagem.

E aí veio a formação do time:
Voga: Gustavo Alvarenga;
Motor: Bruno Torquato;
Leme: Douglas Moura.

“Esse time tinha que ter acontecido diz Douglas. Quando decidi chamar Gustavinho e Bruno é porque eles além de fortes, são irmãos do mar, a quem eu confiaria minha vida, e de verdade, era um mar que isso poderia acontecer.”

Time formado, Logistica montada para levar a V3 (Nome Catavento) para Saquarema, voltar para casa e esperar os dias.

Domingo finalmente nos reunimos e partimos partimos para Saquarema.

“Segunda Feira, dia 18/10, dia da partida. Alguns amigos especiais, Betão Vaz, o mestre local Marquinho Monteiro, Mario Carion, Vitinho… Foi muito importante e fortalecedor receber a energia e a boa viagem dessa galera tão conhecedora dos Oceanos, algo que nos impulsionou
e tivemos a certeza que iriamos chegar bem.” Relata Douglas.

“As 06:00 o time saiu. Muita concentração, ninguém falava nada, só encaixava as marolas, no vento que empurrava e que cada instante soprava mais forte. Point de Itauna ficando para trás, depois a igrejinha de nossa Senhora de Nazaré onde pedimos proteção e aí pela frente a
longa praia que une Saquarema a Jaconé… Ponta Negra era o objetivo, 25 km a frente em praias de ondas fortes e buraco. A gente estava encaixado, e toda hora conectava.

Esperávamos fazer em 3 pernas de 45 minutos, devido ao vento, fizemos em duas pernas.

Nem acreditamos direito. Em Ponta Negra a gente pensou em parar um pouco para comer melhor, mas não dava. As ondas estavam explodindo na laje e conectando até a praia.

De Ponta Negra, a proa era entre as Ilhas Maricás e a pedra do elefante, uma praia maior ainda e sem nenhum ponto de desembarque. Nessa hora o vento já chegava facilmente aos 20 nós.

As ondas quebravam atrás de nós e o surf se tornou muito divertido, mas também perigos pois uma onda dessa quebrando poderia alagar a canoa. Toda hora encaixava, as vezes orçávamos mais, as vezes arribava um pouco, e encaixava em mais uma onda…

E assim fomos indo até perto das Maricas, já com quase 50km rodados. Ali tudo mudou.
Começou o salseiro das pontas que refletem as ondulações. Montanhas e ilhas que formam quase um trapézio formando as ilhas Maricas, a Pedra do Elefante, o funil da praia de Itacoatiara, a ponta das Andorinhas e as ilhas Pai e Mae. Em minha opinião um dos lugares mais cascudos de se navegar em qualquer embarcação quando o mar passa de 1.5 e ventos acima de 15, 20 nós.

A gente precisava parar para comer, mas ali não dava. A galera aturou a pressão e fizemos uma perna bem longa, de 1:30 até o Costão de Itacoatiara onde imaginei que fosse estar bem abrigado da ondulação de Leste e também do Vento Leste.

Paramos em Itacoatiara repomos a energia. Levamos um arroz com ovo e foi incrível.

Paramos por 40 minutos, recuperamos e seguimos. Ainda tínhamos 15 km pela frente. Saímos, passamos do sanhaço das Andorinhas e aí o vento alinhou de novo para casa e voltamos com a moral para cima até chegar no CEM Jurujuba, onde tudo começou.

Foram 82km, 8:30 de remada contando todas as paradas. Foi um dia que marcou a vida não pela distância, mas pelo divertimento de ter ido e encontrado as condições certas com muito planejamento.

Você vai poder ver mais detalhes desta super aventura na matéria especial da edição de dezembro da revista Paddle Mag . www.paddlemag.com.br

Alex Araujo
Alex Araujo
Alex Araújo é um dos pioneiros em criação de conteúdos esportivos na internet. Atua neste mercado desde 1996 como editor de renomados sites como CAMERASURF, SURF-REPORTER e nas revistas PARAFINA MAG e SUP MAG, e já colaborou com artigos nas Revistas Fluir, Inside,Hardcore e no Jornal Drop.
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