Eventos mundiais como o ISA chegando e começamos ver os atletas fazendo vaquinha e uma enorme quantidade de ações on-line para tentar representar o Brasil com dignidade no evento.
É certo que este ano a CBSURF, vem tentando revitalizar a modalidade no país, e os eventos vem acontecendo com boa premiação, e trazendo novo fôlego para o Stand up paddle.
Mesmo com todo este novo trabalho a entidade não conseguiu até o momento resolver o trauma da equipe para representar o país no ISA Games. Isso porque o ISA diferente do Pan-Americano, não é visto como uma competição oficial de Stand up Paddle pelo COB, embora tenha toda uma visibilidade internacional.
Sabemos que a função de dirigir uma entidade não é fácil, por isso sempre defendi um ponto de vista onde deveria haver uma colaboração dos eventos para que este gargalo não caísse somente sobre a entidade.
A ideia simples, todos nós pagamos inscrição e comparecemos nos eventos de Stand up Paddle da confederação, isso além de prestigiar a entidade, também prestigia os organizadores do evento, e porque uma parte desta contribuição não ia para um caixa onde pudesse ajudar estes atletas nestas competições? A confederação juntamente com o organizador do evento, poderia estipular um X% das inscrições para um fundo onde no final do ano ou até a data do evento, custearia a ida da equipe ou pelo menos ajudaria parcialmente os atletas arcarem com estes custos. Neste formato todos saíram ganhando, a entidade ajudaria os atletas, o organizador de evento teria um grande apelo em suas etapas e os atletas se sentiriam valorizados.
Porque chegar no final de uma prova e bater no peito que conquistou a vaga para o mundial, é muito diferente de conseguir chegar lá.
Esta é só uma ideia e poderia servir de exemplo para os eventos de Va’a por exemplo, que também vivem a mesma realidade, a maioria tem que ficar fazendo vaquinha, vendendo remo para tentar ir, e os que não conseguem tem que doar sua vaga conquistada com suor para outro atleta que tenha condição financeira de representar o país.
Na canoa havaiana o problema vai além dos eventos, onde o atleta conquista sua vaga para mundial e sul-americano. Na modalidade a categoria profissional não é tratada como tal, pois na minha opinião atleta profissional tem que ser valorizado e sinceramente ser atleta profissional para chegar num evento ganhar um tapa nas costas, um post no Instagram e uma medalha é uma vergonha. Eu já organizei eventos bem menores, mas uma coisa sempre fiz, foi valorizar a categoria profissional. No meu entendimento como atleta, não tem como fazer um evento e não distribuir premiação a esta categoria, a matemática é bem simples, pegava a soma de todas as inscrições em cada modalidade e uma porcentagem eu dividia com a categoria. Não precisa muito investimento, matemática pura e simples, exemplo: inscrição profissional por equipe R$800,00 x 20 equipes inscritas =R$16.000 – 20% =R3.200 de premiação a ser dividia pela categoria, assim quanto mais equipe inscritas, maior a premiação.
Já venho batendo nesta tecla há muitos anos, não seria certo devolver o esporte o que ele merece, não é certo que um atleta tenha um benefício de todo o investimento que faz para ir uma etapa? Custo de passagem, hospedagem, transporte para o equipamento, investimento em treinos, suplementação entre outros, tudo isso para chegar numa etapa que na maioria das vezes a premiação é um troféu e uma medalha. Acho que chegou a hora do atleta ser tratado como ator principal e parar de ser tratado como coadjuvante.
Embora pareça fácil, este assunto é bem delicado e complexo, mas tenho certeza que com vontade e transparência esta poderia ser uma boa saída para que os atletas e suas conquistas fossem valorizados.
Está matéria não é para tornar o organizador de evento e entidade os vilões da história, até porque quem trabalha deve ser valorizado e ter seu lucro, mas porque não incluir o atleta nesta divisão? Porque nós ficamos sempre com os dividendos? Até quando vamos viver está realidade onde o poste mija no cachorro e não o contrário! Reflitam!!