Quinta-feira, Setembro 19, 2024

Apoio

InícioCanoa HavaianaAtletas de esportes a remo, até quando aceitaremos ser coadjuvantes?

Atletas de esportes a remo, até quando aceitaremos ser coadjuvantes?

Eventos mundiais como o ISA chegando e começamos ver os atletas fazendo vaquinha e uma enorme quantidade de ações on-line para tentar representar o Brasil com dignidade no evento.

É certo que este ano a CBSURF, vem tentando revitalizar a modalidade no país, e os eventos vem acontecendo com boa premiação, e trazendo novo fôlego para o Stand up paddle.

Mesmo com todo este novo trabalho a entidade não conseguiu até o momento resolver o trauma da equipe para representar o país no ISA Games. Isso porque o ISA diferente do Pan-Americano, não é visto como uma competição oficial de Stand up Paddle pelo COB, embora tenha toda uma visibilidade internacional.

Sabemos que a função de dirigir uma entidade não é fácil, por isso sempre defendi um ponto de vista onde deveria haver uma colaboração dos eventos para que este gargalo não caísse somente sobre a entidade.

Desde 2011 os atletas da equipe tem que bancar todos os custos para representar o Brasil no ISA World Stand Paddle

A ideia simples, todos nós pagamos inscrição e comparecemos nos eventos de Stand up Paddle da confederação, isso além de prestigiar a entidade, também prestigia os organizadores do evento, e porque uma parte desta contribuição não ia para um caixa onde pudesse ajudar estes atletas nestas competições? A confederação juntamente com o organizador do evento, poderia estipular um X% das inscrições para um fundo onde no final do ano ou até a data do evento, custearia a ida da equipe ou pelo menos ajudaria parcialmente os atletas arcarem com estes custos. Neste formato todos saíram ganhando, a entidade ajudaria os atletas, o organizador de evento teria um grande apelo em suas etapas e os atletas se sentiriam valorizados.

Porque chegar no final de uma prova e bater no peito que conquistou a vaga para o mundial, é muito diferente de conseguir chegar lá.

Esta é só uma ideia e poderia servir de exemplo para os eventos de Va’a por exemplo, que também vivem a mesma realidade, a maioria tem que ficar fazendo vaquinha, vendendo remo para tentar ir, e os que não conseguem tem que doar sua vaga conquistada com suor para outro atleta que tenha condição financeira de representar o país.

Com um grande número de inscritos uma porcentagem das inscrições poderia ser distribuída como premiação para o atletas por cada modalidade

Na canoa havaiana o problema vai além dos eventos, onde o atleta conquista sua vaga para mundial e sul-americano. Na modalidade a categoria profissional não é tratada como tal, pois na minha opinião atleta profissional tem que ser valorizado e sinceramente ser atleta profissional para chegar num evento ganhar um tapa nas costas, um post no Instagram e uma medalha é uma vergonha. Eu já organizei eventos bem menores, mas uma coisa sempre fiz, foi valorizar a categoria profissional. No meu entendimento como atleta, não tem como fazer um evento e não distribuir premiação a esta categoria, a matemática é bem simples, pegava a soma de todas as inscrições em cada modalidade e uma porcentagem eu dividia com a categoria. Não precisa muito investimento, matemática pura e simples, exemplo: inscrição profissional por equipe R$800,00 x 20 equipes inscritas =R$16.000 – 20% =R3.200 de premiação a ser dividia pela categoria, assim quanto mais equipe inscritas, maior a premiação.

Atletas fazem história no mundial de canoa havaiana, mesmo com todas as dificuldades.

Já venho batendo nesta tecla há muitos anos, não seria certo devolver o esporte o que ele merece, não é certo que um atleta tenha um benefício de todo o investimento que faz para ir uma etapa? Custo de passagem, hospedagem, transporte para o equipamento, investimento em treinos, suplementação entre outros, tudo isso para chegar numa etapa que na maioria das vezes a premiação é um troféu e uma medalha. Acho que chegou a hora do atleta ser tratado como ator principal e parar de ser tratado como coadjuvante.


Embora pareça fácil, este assunto é bem delicado e complexo, mas tenho certeza que com vontade e transparência esta poderia ser uma boa saída para que os atletas e suas conquistas fossem valorizados.

Está matéria não é para tornar o organizador de evento e entidade os vilões da história, até porque quem trabalha deve ser valorizado e ter seu lucro, mas porque não incluir o atleta nesta divisão? Porque nós ficamos sempre com os dividendos? Até quando vamos viver está realidade onde o poste mija no cachorro e não o contrário! Reflitam!!

Alex Araujo
Alex Araujo
Alex Araújo é um dos pioneiros em criação de conteúdos esportivos na internet. Atua neste mercado desde 1996 como editor de renomados sites como CAMERASURF, SURF-REPORTER e nas revistas PARAFINA MAG e SUP MAG, e já colaborou com artigos nas Revistas Fluir, Inside,Hardcore e no Jornal Drop.
ARTIGOS RELACIONADOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments

Bruno Raposo on Va’a cresce em Portugal
Diogo Oliveira on Va’a cresce em Portugal
Anderson Carvalho da Silva on Va’a cresce em Portugal
Patricia Mesquita Vieira on Stand up Paddle seja bem-vindo a Tribo!
Patricia Mesquita Vieira on Verão chegando – S.O.S Canoa Havaiana
Marcelo Zabrieszach Afonso on Perigos e soluções em suas remadas!
José Robson Venturim on Os melhores GPS para Remar
ADRIANA APARECIDA CLARO on Remando à favor da maré
Anderson Carvalho da Silva on 6ª volta de Ilha Grande
Anderson Carvalho da Silva on Big Surf de canoa em Waimea
Anderson Carvalho da Silva on Remada das Luzes de Natal
Anderson Carvalho da Silva on Desafio em canoas havaianas 2020 – Paidégua
Jairo Ferreira Dantas on Como navegar no mar de forma segura
Ruth Helena Mendes on I etapa Imua Ceará Va’a
José Erivaldo dos santos alves on Os especiais do Molokabra – Miguel Nobre
Eliana Miranda Sampaio on Verdes Mares com tom de rosa