Mundial de Canoagem Slalom – Pepê Gonçalves

Mundial de Canoagem Slalom – O atleta Brasileiro de canoagem Slalom Pepê Gonçalves teve um dia que vai ficar marcado na sua trajetória neste sábado na etapa da Copa do Mundo em Tacen, na Eslovênia. Pepê, conseguiu um feito inédito para a canoagem do Brasil com a medalha de bronze do K1 masculino, prova que está foca e vai disputar na Olimpíada de Tóquio em 2021. Logo na sequência, voltou para a água para garantir o lugar mais alto do pódio no K1 Extremo, modalidade que ainda não entrou no programa olímpico. Logo na sequencia conversamos com o atleta para saber mais sobre a prova, sua trajetória no esporte e próximas competições, confira:

COMO FOI O INÍCIO NO ESPORTE?

Comecei em 2004 na cidade de Piraju interior de São Paulo lá tinha um projeto chamado Navegar que era de canoagem, vela e Remo. O projeto social foi implantado na cidade por conta que muita gente morria afogada no Rio Paranapanema, rio que corta a cidade. A Seleção Brasileira de canoagem velocidade foi treinar lá e aí eles implantaram esse projeto. Foi aí que eu comecei nesse projeto. Comecei na vela e por influência da galera da velocidade, via vários atletas passando pelas ruas da cidade tudo os caras fortão(risos), queria ser igual os caras, via eles passando na televisão nos jogos de Atenas, então foi esse o início. Comecei na Vela, depois canoa velocidade e finalmente fui para canoagem slalom.

CONTE UM POUCO DE COMO FUNCIONA OS TREINAMENTOS?

Os treinamentos funcionam como qualquer outra modalidade olímpica, de segunda a sábado dois períodos por dia às vezes três, duas ou três vezes por semana academia e muita água, muita água. Dependendo do período a gente muda o treino, quanto mais longe da competição mais intenso forte e mais volume.

DURANTE A OLIMPÍADA DO RIO DE JANEIRO, UM GRANDE CENTRO DE CANOAGEM FOI DIVULGADO, ESTE LEGADO ESTÁ SENDO APROVEITADO PELOS ATLETAS?

Muito, a gente mora no Rio de Janeiro e treina numa pista Olímpica de Deodoro onde foram os jogos olímpicos e os resultados de agora mostraram o diferencial. Estamos treinando e o local conta com uma estrutura fantástica para treino. Deodoro o melhor lugar do mundo para treinar. A gente tem o privilégio de estar lá treinando, já estou lá desde o outubro do ano passado, treinando e morando no centro olímpico brasileiro. Graças à Confederação Brasileira de Canoagem e o time do legado do Rio de Janeiro, a gente tá conseguindo treinar e se dedicar o máximo possível.

FALE UM POUCO SOBRE O MUNDIAL NA ESLOVENIA, E DESTA CONQUISTA INÉDITA PARA CANOAGEM DO BRASIL?

Esta copa do mundo da Eslovênia foi algo fantástico, poder remar em alto nível, poder disputar uma final de igual para igual com os europeus, com o Peter Calder que é o cara da Eslovênia, ele é campeão Olímpico, campeão mundial, campeão europeu e campeão de copa do mundo. Fazer o melhor tempo da prova e com finalidade de ficar em terceiro para mim é fantástico, mesmo com a penalidade de dois segundos ficaria em primeiro lugar, porém a minha performance me deixa muito feliz e muito motivado para as próximas provas e para os jogos olímpicos.

QUAL AS PRÓXIMAS COMPETIÇÕES E QUAL A EXPECTATIVA PARA AS OLIMPÍADAS?

Eu tenho mais uma copa do mundo daqui três semanas na França e depois disso eu retorno para o Brasil no Rio de Janeiro e voltamos a preparação para as Olimpíadas de Tóquio, que é nosso foco. Eu não estava 100% nessa prova da Eslovênia, é uma prova que a gente usa para termômetro e também como preparação. Nosso grande foco são as Olimpíadas de Tóquio, e lá que a gente vai estar no nosso 100%, então você imagina.

DEIXE SUAS DECLARAÇÕES FINAIS E UM RECADO PARA TODOS NOSSOS LEITORES:

Acho que nesse momento de pandemia, o esporte nos mostra muita coisa, eu fiquei quatro meses treinando em casa. Tive que me adaptar totalmente aos os treinos.

Todo mundo está tendo que passar por isso ou no seu trabalho, na sua vida pessoal, então acho que o esporte nos mostra que a gente é capaz de superar e de buscar o que a gente acredita e que nada na vida é por acaso, nada acontece de uma hora para outra, faz 14 anos que eu estou nesse jornada , 8 há 9 anos de circuito internacional, já errei muito, já fui muito mal em muita prova para hoje estar conseguindo chegar nesse alto rendimento. Então é isso, o momento é agora, tem que colocar a cabeça no lugar, e ir atrás dos nossos objetivos e viver nossa vida da melhor forma possível e tudo vai fazer sentido, tudo vai dar certo no final. Queria agradecer a todos por toda a torcida, todo o carinho.

Continuem torcendo, continuem acompanhando porque pode ter certeza que em troca a gente vai brigar ainda mais.

MAIS SOBRE O MUNDIAL DE CANOAGEM:

A mineira Ana Sátila venceu com sobra a prova da categoria C1 (canoa individual) e conquistou o ouro. Sátila foi veloz: com a marca de 93 segundos e 64 centésimos, abriu vantagem de 1seg73 em relação à segunda colocada, a francesa Lucie Prioux, que levou a prata. O bronze ficou com a norte-americana Evy Leibfarth.

“Estou muito contente com o resultado, sair daqui com uma medalha de ouro é muito importante pra mim, no sábado eu tinha competido pelo K1 e perdi a última baliza, superei o erro e coloquei forças para buscar esse ouro.