Depois da medalha de ouro conquistada nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, Isaquias Queiroz se tornou não só o primeiro canoísta brasileiro a subir no lugar mais alto do pódio em uma Olimpíada, mas também uma referência para uma geração de jovens atletas que se inspiram no atleta.
No coração da Amazônia, em Três Unidos, comunidade indígena alocada no rio Cuieras, dezenas de crianças indígenas se espelham em Isaquias e sonham com um futuro de sucesso no esporte por meio da canoagem. O projeto está em andamento desde 2019 e o recente triunfo de Isaquias Queiroz em Tóquio 2020 alavancou a procura dos jovens pelo esporte.
A maioria dos alunos tem contato permanente com a água, onde pescam e passeiam em canoas. Estão acostumados a remar devagar para não assustar os peixes, mas o técnico Nivaldo Cordeiro está fazendo com que pratiquem técnicas competitivas.
“Eles praticamente nasceram dentro de canoas indígenas, e isso já favorece em termos de equilíbrio e resistência. Os tempos deles são excelentes. Eles são rápidos e têm resistência e estão melhorando a cada dia”, disse o técnico.
Eles, tendo Isaquias como espelho, agora contam com equipamentos adequados e muitos treinam até quatro horas por dia nas águas do rio Cuieiras.
“Com a medalha de primeiro lugar do Isaquias Queiroz hoje em dia os meninos estão me procurando pelo Whatsapp querendo se inscrever. Aqui a porta está aberta para todo mundo”, disse o treinador.