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Ana Sátila fica em último em final inédita da canoagem

A brasileira Ana Sátila terminou na 10ª posição na final da prova C1 de canoagem slalom em Tóquio. A mineira recebeu duas punições por não passar pelas balizas do canal, totalizando uma penalidade de 52 segundos que a deixou na última posição entre as finalistas.

Mesmo assim, seu desempenho pode ser considerado “histórico” porque foi a primeira vez que uma brasileir chegou na final da canoagem slalom, modalidade dominada por europeias e australianas.

“Estou muito triste, muito decepcionada. Estava me sentindo tão bem antes da final, preparada, feliz. Dei meu melhor”, afirmou Sátila depois da prova. “A penalidade que eu tive foi tentando alcançar a medalha porque eu sabia que eu já tinha alguns erros. Estava tentando melhorar. A penalidade me ofuscou muito. Estou entre as dez dos Jogos Olímpicos, mas tenho muito o que revisar e aprender.”

Com o tempo de 164s71 na última descida, essa foi a melhor campanha da canoagem slalom brasileira em Jogos Olímpicos — o país tem as medalhas de Isaquias Queiroz na canoagem de velocidade. O pódio foi formado pela australiana Jessica Fox (105s04), seguida por Mallory Franklin (108s68), da Grã-Bretanha, e pela alemã Andrea Herzog (111s13).

Na canoagem slalom, o atleta precisa descer um canal com correnteza e passar por balizas, as “portas” no meio do percurso. As balizas verdes devem ser ultrapassadas no sentido da correnteza, já as vermelhas, em sentido contrário. A brasileira perdeu duas balizas, que levaram à punição no cálculo do tempo final. Ela só percebeu seu erro ao final da prova.

“Eu sou muito ruim pra ver as penalidades. Eu sempre acho que eu não tenho. Eu tinha certeza que eu estava com a cabeça dentro da baliza e quando você está com a cabeça na baliza não tem penalidade. Ainda tentei até o final. Fiquei um pouco surpresa quando eu vi, mas meu técnico logo me avisou.”
A prova

A brasileira começou forte em sua descida. Com apenas uma penalidade até metade do percurso, Ana fazia um bom tempo para brigar pelas primeiras colocações.

No entanto, acabou deixando de passar por uma das portas (a 22ª das 25) e foi penalizada com o acréscimo de 50 segundos ao seu tempo final. Sem as penalizações, ela teria feito 112s71, o que a deixaria na 4ª colocação.

Aos 25 anos, esta foi a terceira participação da canoísta em Jogos Olímpicos. Em Londres-2012, era a atleta mais jovem da delegação nacional e terminou em 16º nas semifinais. Na Rio-2016, um erro fez com que sua segunda participação terminasse em 17º.

Apesar de assumir inteiramente seus erros na final olímpica, Sátila revelou que precisou superar atropelos na sua jornada até Tóquio. Ela disse que teve dificuldades para encontrar um treinador e que esteve sem técnico até seis meses antes da viagem.

“Não tinha ninguém disponível. Até que meu namorado, que é atleta e me conhece bem, decidiu dar um tempo na carreira dele para me ajudar”, disse ela, em relação ao francês Mathieu Desnos, que estava ao lado dela durante a final.
Campanha consistente

Apesar da decepção em não avançar para a semifinal do K1, Ana Sátila chegou à disputa do C1, sua especialidade, com confiança em uma boa campanha. Nas três descidas antes da decisão (duas pela etapa preliminar e uma pela semifinal), a brasileira demonstrou potencial para brigar pelo pódio.

Na primeira descida qualificatória, terminou em 11º, fez 116s56, mas levou uma punição e terminou com 120s56. Na segunda descida, fez o 3º melhor tempo (107s90) e se classificou como a quarta melhor no geral. Na semifinal, fez 114s27 e avançou para a final com o terceiro melhor tempo.

Fonte: UOL Olímpidas

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