Uma das grandes dúvidas de atletas de sup e praticantes é que se deve ou não usar o colete salva-vidas.
Em alguns cursos ministrados para formação de instrutores de sup pela CBSUP em parceria com a Marinha do Brasil, muitas vezes debatemos a falta de uma legislação mais abrangente em relação a NORMAN. Por ser um assunto bem complexo, algumas ocorrências e até mesmo acidentes são registrados por pessoas e escolas que não capacitação e fazem uma verdadeira azaração no mercado de aulas e alugueis.
Certa vez fui até uma escola e me apresentei como um cliente qualquer. Depois de 5 minutos de conversa e quase nenhuma instrução já estava com a prancha na água para iniciar minha remada sozinho, sem colete, sem cordinha e nenhuma instrução. Você imagina que isso acontece com um grande número de pessoas que acham o SUP um esporte fácil, mas na maioria se esquecem que o habitat onde ele é praticado é hostil para o ser humano.
Uma das coisas que sempre priorizei em minha escola e nos cursos que ministrei, foi a segurança e neste quesito e sempre bom pecar pelo excesso. O SUP é esporte que mais cresce no mundo independente de outros esportes de remo, a tendencia é que ele sempre fique na vanguarda, pois além de lúdico, pode ser praticado por pessoas de qualquer idade desde que seja instruído e siga todo procedimento de segurança.
Lembro muito bem na década de 90, poucas pessoas usavam cinto de segurança, algumas até brigavam quando eram solicitadas a usar. Você imagina a ignorância, brigar para usar um equipamento de segurança que pode salvar sua vida. Hoje em dia isso não existe, você não entra mais em um veículo sem atear seu cinto de segurança. No SUP o colete salva-vidas e o Leash (Cordinha), tem a mesma função, pois são eles que lhe darão tranquilidade caso alguma coisa aconteça.
Tem um caso bem interessante para lhes mostrar. Uma certa vez voltando do meu treino na raia de Fortaleza, pude observar um movimento estranho em uma boia oceânica, na minha cabeça achei que fosse algum bicho, e parti para analisar a situação. Imaginem que para minha surpresa, eram duas pessoas abraçadas e amarradas com um dos leashes na boia esperando socorro. Estes dois aspirantes a remadores alugaram duas pranchas em um local, e sem saber de nada foram saindo e o mar com vento acabou os arrastando e sem nenhuma técnica e conhecimento de causa, se amarram na esperança de alguém os encontrar. Tive que amarrar as duas pessoas e prancha no copinho da minha prancha e com segurança os levei até a praia.
Então amigos, praticantes, donos de escola e atletas, vamos nos conscientizar e começar a plantar esta semente em nossas ações, pois o futuro do esporte quem faz somos nós. Quanto menos acidentes e situações de perigos forem registrados, mas nosso esporte em a crescer.
Vamos dar o exemplo, e passar estas informações adiante, pois no mar todos nós somos uma tribo e quanto mais informação menos acidentes e menos trabalho iremos ter.