Adelson Carneiro Rodrigues, vem realizando uma travessia inédita de caiaque oceânico do Oiapoque-AP ao Chuí-RS. Está última semana o remador enfrentou o percurso de 30km do Cumbuco à Capital Fortaleza, e segue firme em sua missão. Continuando a série de matérias que denominamos como Diário de Bordo, o atleta nos manda mais informações, confiram:
A chegada em Fortaleza foi triunfal.
Partindo da Praia de Cumbuco as 5 horas da manhã, segui firme na remada para vencer o que pudesse de mar antes da chegada do vento forte que soprou, pela previsão, com 11 nós as 9 horas da manhã; exatamente na Foz do Rio Ceará, portanto quase chegando no objetivo final, a cidade de Fortaleza.
Ondulações médias jogavam meu caiaque de um lado para outro, mas sob controle dos meus braços, consegui manter um ritmo constante e ao ver ao longe a proa enferrujada do Navio Mara Hope, afundada bancada de areia próxima a margem, fiquei entusiasmado, pois sabia que dali pra frente estava a 4,5km da Capitania dos Portos-Marinha do Brasil, onde deveria chegar com prévia autorização do Comandante Cap. de Mar e Guerra Barillo.
O vento não dava trégua, mas a vontade de chegar e passar perto do navio afundado foi maior.
E no momento da aproximação da proa do navio, por onde passei, foi muito especial. Ver aquela forma ainda que parcial, parecia ter vida. Com o barulho das ondas batendo no costado já todo deteriorado pela ferrugem, dava impressão de ouvir ruído do motor, mas não; o que sobrou foram lembranças de um navio que um dia navegou por águas longínquas.
Mais algumas remadas, e com o cansaço tomando conta depois de quase 6 horas, finalmente avistei a fachada da Capitania dos Portos.
Aproximei calmamente. Ao chegar mais perto, fui alertado pelo guarda de segurança de que a área era militar e que não deveria seguir.
Mas logo ele foi avisado do que se tratava e então correu para avisar os demais militares sobre minha chegada.
Logo todos estavam ali, na beira da rampa de concreto, para ajudar-me desembarcar e entrar a bordo da Capitania.
Depois da chegada e com os equipamentos guardados, fui levado pela Ten. Patrícia Pacífico a conhecer as instalações e meu alojamento onde passaria alguns dias de descanso.
Na sequência almoço com o comandante Barillo, e a autorização oficial de boas-vindas.
Pude contar com toda orientação e ajuda da Capitania dos Portos do Ceará – Marinha do Brasil.
Meu muitíssimo obrigado ao Comandante Barillo pelo apoio.