Mestre do Mar – Aloha galera, hoje vamos falar um pouco do que é ter o Kuleana de ser um Leme de uma OC6.
Kuleana significa privilegio e responsabilidade em polinésio!
E é exatamente o que um bom leme precisa ter ao se aventurar nesse fascinante e infinito mundo de conduzir uma embarcação.
Sim, fazer Leme de uma canoa polinésia é muito mais do que apenas colocar uma canoa no seu rumo correto. É lidar com os humores do Oceano e de um grupo de pessoas que literalmente confiam em nas atitudes e decisões de uma única pessoa.
Antes de prosseguir é importante ressaltar que o Leme não necessariamente é o capitão da canoa. O capitão pode ser qualquer banco, inclusive o Leme.
Isso no Brasil aconteceu, essa associação de que o Leme é o capitão pois como o VA`A ainda é muito novo por aqui quem tinha mais experiência acabava indo para o Leme onde sem dúvida as habilidades de mar tem mais peso que em outro banco.
Durante muito tempo fiquei pensando no que leva uma pessoa a conduzir uma canoa melhor que a outra.
E entendi que isso é extremamente relativo. O que seria conduzir uma canoa melhor? Ser um bom Leme de prova? Ser um Leme navegador? Ser um Leme de surf?
Na verdade, cheguei à conclusão que o melhor Leme é aquele que busca um principio básico durante suas saídas: Salvaguardar a vida humana.
Sim até mesmo na canoa isso fica em evidencia.
Antes de ir para o mar em qualquer embarcação um check list deve ser feito.
O que tenho de equipamento de segurança é suficiente para o caso de uma emergência?
Para cada saída existe uma resposta, para cada local que a pessoa decide singrar o mar um nível de equipamento deve ser considerado.
Se a ideia será conduzir a canoa ate 200 metros da costa, onde segundo a legislação é uma área de recreação, um certo tipo de cuidado deve ser tomado.
Caso a ideia seja ir para o meio do mar, para uma travessia longa onde não há acesso a materiais de conserto, sinal de telefone celular, o nível de exigência será outro.
Essas percepções são criadas com apenas uma coisa que é o senhor de toda e qualquer evolução consistente: Tempo!
E claro paciência, muita paciência.
Quanto mais tempo de banco na canoa, quanto maior a experiência na água, por mais situações se passa, muitas delas não boas. E essas situações criam cicatrizes na alma de todo o ser do mar.
E essas cicatrizes nos lembram que aquela situação é ruim de viver, machuca. Portanto passa-se a evita-la, mas se passar já terá tido a chance de no mínimo tentar um caminho mais brando.
Não é porque uma pessoa com 2, 3 anos de canoa e de Leme se depara com um outro Leme fazendo uma determinada manobra, passando por determinado lugar que se deve fazer o mesmo.
Qual a experiência daquela outra pessoa? Qual o tempo de reação, ou melhor de antecipação que aquela pessoa teve?
São perguntas que não sabendo a resposta deve-se pressupor que ou é muito maior que o meu ou que ela conhece muito bem o local.
Em ambos os casos ela estará mais preparada.
É chato isso? É chato termos que ver outras pessoas fazendo algo e não poder?
Sim, mas lembre-se que com o tempo, apenas com ele um dia chegará a sua vez.
Caso contrário o mar se encarregará de mostrar que ainda não se está preparado para aquele tipo de situação.
E acreditem, de uma forma muito mais ríspida que o seu instrutor. O mar, O oceano é intolerante com abusos e como muitos casos, ele vai “dando linha na pipa” para ela voar, e quando voar, talvez não tenha volta.
O Oceano em toda sua força é pai, e como todo o pai uma hora a paciência acaba.
Como conselho, te digo agora em primeira pessoa:
Não queira ver o Oceano sem paciência!
Tenha cuidado, vá para o mar, seja prudente e divirta-se!
Aloha!
Por: Douglas Moura
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