Nesta época do ano as chuvas de verão começam a ficar cada vez mais comuns, e sempre vem acompanhada de muito vento e raios.
No mundo, o Brasil é o país onde os raios mais caem. Só no ano passado em 2022 foram registrados por aqui 144 milhões deles, que anualmente são responsáveis por cerca de 130 mortes de brasileiros, informam dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O que fazer quando estamos remando e avistamos aquelas nuvens negras recheadas de energia elétrica? Na maioria das vezes o certo a fazer é sair da água imediatamente quando escutar um trovão, pois a chance de ocorrer um acidente é grande. Nesta matéria segue algumas dicas de como evitar acidentes e se proteger.
Perigo que se propaga no ar, na terra e no mar
Em se tratando dos raios, ao atingirem uma pessoa, a chance de sobrevivência é baixíssima. Não é para menos. A corrente elétrica é 1.200 vezes maior que a de um chuveiro elétrico de alta potência.
A morte acaba sendo instantânea, por queimaduras de terceiro grau e danos severos ao coração, cérebro, pulmões e outras regiões do corpo. Mas também é possível sofrer os efeitos indiretamente, a metros de distância.
Descargas laterais, como são chamadas as que se propagam por terra e mar, produzem choques que resultam em quadros de menor risco, mas também podem matar. Tudo vai depender de onde estiver, da intensidade e duração da corrente e da reação do corpo, sendo possível sentir algo até a 100 metros do ponto do raio e principalmente sem nenhuma proteção, como com os pés descalços ou dentro da água, por exemplo.
“No momento do choque é possível ter dor, formigamentos, fraqueza, desmaio, crise convulsiva, perda de memória, paralisia de membros ou de um lado do corpo, e a grande consequência deletéria é sofrer uma parada respiratória. Mas os efeitos podem se manifestar meses depois, como uma lesão, ou alteração na parte do cérebro por onde passou essa corrente elétrica”, informa Fabio Porto, neurologista do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
Outras repercussões no organismo incluem fortes dores de cabeça, desestabilização do coração e parada cardíaca, rompimento dos tímpanos, coagulação do sangue seguida de trombose, elevação rápida da temperatura corporal e lesões nos olhos.
O que fazer para se proteger e em caso de acidentes?
Como já mostrado, descargas elétricas variam e as situações em que ocorrem e os acidentes que provocam também. Por isso, a conscientização é fundamental.
Prevenção contra raios
- A chuva vem vindo? Saia da água, pois além de tudo o remo, a prancha ou a canoa podem ser condutores de energia
- Durante um temporal ao ar livre, se sentir arrepios ou coceira na pele, indícios de que um raio pode estar a caminho, agache e abrace os joelhos. Não se deite no chão.
- Ao se proteger em um carro, mantenha portas e janelas fechadas, sem encostar na lataria.
- Saia do mar ou do ambiente aquático, pois a água conduz eletricidade com mais eficácia que o ar.
- Não fique próximo de árvores, postes e linhas de energia elétrica, trilhos e cercas.
- Em áreas abertas, não segure objetos metálicos longos, equipamentos elétricos ou celulares, que também não devem ser utilizados enquanto se recarregam na tomada.
Como proceder em acidentes
- Para não se eletrocutar, socorra alguém somente após “cortar” a fonte de energia.
- Se a vítima estiver num local de risco, com segurança afaste-a dali.
- Em seguida, chame imediatamente uma ambulância no 192 ou os bombeiros no 193.
- Protegido e feito o aviso, ajude, reconhecendo se há sinais vitais na pessoa.
- Se ela estiver consciente, tente acalmá-la até a chegada da equipe médica.
- Se estiver respirando, mas com traumas, não mova-a de jeito nenhum.
- Inconsciente, mas respirando, deite-a de lado a fim de prevenir danos por vômitos.
- Sem respiração, inicie a massagem cardíaca e o boca-a-boca até a chegada do resgate.
Diferença entre raios, relâmpagos e trovões
Raios, relâmpagos e trovões: são três coisas diferentes. Rais são uma descarga elétrica que ocorre entre as nuvens e o solo (ou entre uma nuvem e outra), em decorrência de sua polarização, que ocorre após ou antes uma tempestade. O relâmpago é o clarão, devido à rápida movimentação dos elétrons. Como eles se movem muito rápido, também se aquecem, gerando barulho, no caso, o trovão.
Como calcular a distância de um raio
Para calcular a distância de um raio com o som: basta contar o tempo em segundos, do momento em que ver a luz do relâmpago até quando ouvir o som do trovão. Divida esse número por três e o resultado será aproximadamente a quantos quilômetros o raio caiu.
Pessoal não vamos nos arriscar, tenham bom senso e segurança em primeiro lugar!
Mahalo!!