Qual remo iniciar no SUPfoil downwind? No último artigo de “Como iniciar no Supfoil downwind” foram abordados de maneira geral os equipamentos e técnicas necessárias para se aventurar nessa modalidade em plena expansão.
Dessa vez iremos aprofundar no remo e nos aspectos que devem ser considerados na escolha do mais adequado para o iniciante (no foil).
Antes de tudo, vale reforçar novamente que o remo no foil cumpre um papel diferente do remo no downwind tradicional e até mesmo no sup race.
No foil, pela sua eficiência e autonomia nos bumps, o remo praticamente não toca a água durante o downwind, sendo indispensável apenas no start (momento da decolagem) quando é necessário gerar velocidade suficiente para que o foil gere sustentação e mantenha a velocidade mínima de planeio. Essa é sem dúvida a fase crítica e mais desafiadora do downwind, sobretudo na fase de aprendizado.
A prancha, sem dúvida, é o equipamento que mais influencia no deslize durante a remada e na capacidade de aceleração (irei abordar isso no próximo artigo). Porém, o remo é o primeiro elemento a ser observado, pois é o que transfere a energia do corpo para a prancha e foil, podendo inviabilizar a subida ou até mesmo provocar lesões caso seja utilizado um tamanho ou comprimento inadequado.
O remo é composto basicamente por uma pá, um bastão e a empunhadura em sua ponta. Ao escolher o remo, deve-se observar duas características principais: a altura e o tamanho da pá. Não há um consenso ou regra definitiva sobre qual comprimento usar, pois depende principalmente da preferência de cada um. No entanto, geralmente adota-se como referência no supfoil downwind o equivalente a um punho acima ou abaixo da altura.
Ai vale destacar os pros e contras de um remo mais comprido e mais curto em termos de performance e conforto. No geral, o remo de comprimento acima da cabeça tem mais envergadura e alcança a cravada mais longe na água, proporcionando uma puxada mais longa até sua saída da água (que não deve passar na altura do joelho da frente). Isso aumenta a capacidade de propulsão e aceleração da prancha e foil. Por outro lado, o remo mais comprido requer um movimento mais amplo para ser retirada da água, refletindo no tempo de recuperação da puxada até a próxima cravada na água. Quanto maior esse intervalo de tempo, mais a prancha tende a desacelerar na água e perder a velocidade inicialmente gerada durante a puxada. Além disso, o ombro é mais exigido que o remo curto devido à maior amplitude de movimento para retirar a pá da água em um ciclo intenso de repetições. No outro limite, um remo muito curto, apesar de facilitar a recuperação e cadência mais rápida, pode gerar desconforto na lombar ao exigir que o remador recline mais para alcançar a água na frente da prancha. Assim, recomenda-se iniciar com um remo de meio comprimento. Ou seja, em torno de 10 centímetros acima da sua altura, podendo corta-lo posteriormente caso melhor se adeque à sua preferência.
Uma opção inicial até encontrar o comprimento exato de sua preferência pode ser optar por um modelo retrátil de comprimento variável, que apesar de perder em rigidez e performance, pode ser útil inicialmente.
Mais importante que o comprimento, talvez seja o tamanho da pá, medido em polegadas quadradas, varia entre 70 e 110. A regra geral é a de que quanto maior a área de contato com a água, maior a propulsão e capacidade de gerar velocidade. Porém, o fator limitante é a capacidade do remador puxar a pá sob a água sem sobrecarregar o principalmente o ombro. Assim, recomenda-se para o iniciante no supfoil (mesmo com experiência no remo em outras modalidades) usar uma pá grande (aproximadamente 100), reduzindo o tamanho caso sinta que o ombro está fadigando em um treino curto.
Do mesmo modo que o comprimento, a área da pá reflete na velocidade e cadência da remada, procurando sempre buscar o equilíbrio entre agilidade e potência durante a remada.
Diferente das outras modalidades de remo, no downwind foil a remada é exigida apenas no start em um ritmo rápido de sprint para gerar o máximo de aceleração. Portanto, usa-se uma pá maior que normalmente usadas no downwind tradicional ou no race, que aumentam bastante o risco de lesão se usada uma pá de 100 ou 110, por exemplo. A partir da minha experiência, sugiro pessoas de 70kg aprenderem com um tamanho intermediário de 90 e acima desse peso, procurar uma pá de 100, sempre observando como o ombro responde aos treinos, reduzindo a altura ou tamanho da pá caso sinta necessidade.
Após dominada a técnica da remada é possível trocar o remo para uma altura e tamanho da pá suficientes para decolar o foil de acordo com sua preferência. Ideal testar diferentes comprimentos e tamanhos para comparar os efeitos na aceleração e no corpo até finalmente encontrar o remo ideal para seu nível de habilidade, peso e postura.
Boa remada.