Como iniciar no SUPfoil downwind? – SUPFOIL downwind é a modalidade recente que vem ganhando cada vez mais adeptos mundo afora em busca da liberdade e performance nas ondulações.
Antes de tudo, é importante entender que o downwind foil é uma modalidade diferente de todas as outras que envolvem uma prancha e um foil. A diferença principal é na forma como o foil é tracionado, seja por meio de uma vela (kite, wing), ondas de swell quebrando na praia (surf foil) ou ondulações de vento (downwind foil). Nesse caso específico, a principal fonte de energia que impulsiona o foil é a água em movimento soprada pelo vento (vagas). O remo funciona basicamente como uma ferramenta de decolagem, pois basicamente não depende da remada para se manter voando. Porém, pode ser uma fonte aliada de impulso em caso de erros de navegação ou na ausência de energia entre uma ondulação e outra.
Dito isso, o que é preciso para iniciar no downwind foil com a ajuda do remo (supfoil)?
Pode parecer óbvio, mas o primeiro passo é aprender a remar! No caso de um remador experiente, essa etapa precisa ser apenas adaptada para a base do downwind que é sempre com o pé dominante na frente (semelhante ao surf) e a remada sempre do mesmo lado evitando que a prancha desvie do eixo. O iniciante do zero precisa dominar a base com equilíbrio sobre a prancha para desenvolver em seguida a técnica de remada suficiente para decolar o foil. Inicialmente, recomenda-se aprender a remar em qualquer prancha de SUP tradicional ou de foil com o maior comprimento e volume possível de modo que garanta o máximo de estabilidade antes de evoluir no equipamento. Começar a treinar direto em uma prancha de SUPfoil downwind irá retardar o aprendizado e aumentar a frustração, pois esse tipo de prancha é dimensionado priorizando a velocidade na remada abrindo mão da estabilidade. Portanto, até conseguir remar em uma prancha de downwind é necessário antes evoluir no equilíbrio e técnica de remada em uma prancha maior e mais estável.
Além da remada, outra habilidade necessária nessa modalidade é o pump foil. Ou seja, dominar o equilíbrio planando no foil e gerando ou mantendo o planeio com o movimento do corpo. Para aprender essa técnica do pump, é necessário iniciar com uma asa de foil com área suficiente para manter o vôo em baixa velocidade e ao mesmo tempo que seja eficiente para deslizar sob a água com o movimento coordenado das pernas, quadril e braços. É recomendável treinar o pump foil com a ajuda de um reboque a motor ou vela, caso já se tenha experiência com algum esporte de velejo. Em seguida, deve-se adquirir o máximo de projeção e deslocamento com o pump sem a ajuda externa ou apenas com a ajuda das ondulações simulando o downwind, evitando perder velocidade para não estolar o foil.
Somente após adquirir essas duas habilidades que é possível treinar com um equipamento de supfoil próprio pra downwind, colocando em prática a remada junto com o pump até adquirir a velocidade suficiente para decolar e manter o foil em movimento para aprender a terceira e última habilidade necessária: a navegação conectando ondulações. Essa habilidade é difícil de ser ensinada e requer muitas horas de prática até refinar a leitura do mar e saber se posicionar aproveitando as zonas de energia para evitar o desgaste físico desnecessário, que é inevitável ao longo do aprendizado.
Importante lembrar que os primeiros treinos em um local sem vento ou abrigado facilitam o aprendizado para, em seguida, ir para o mar livre de ondas quebrando. Lembre-se que o downwind é descer com as ondas de vento e não com as ondas de swell que quebram próximas da praia.
A próxima etapa do aprendizado é justamente entender melhor essa diferença e como saber as condições propícias para decolar nas ondulações.
Enquanto isso, os interessados já podem ir buscando alguma escola de stand up paddle e de foil para ir assimilando ambas as técnicas.
POR: Carlos Firmeza